JONAS

INTRODUÇÃO

 REFLEXÕES SOBRE O LIVRO DE JONAS



         Alguns anos atrás, foi realizada na igreja uma campanha de evangelização chamada Festa das Águas.
         Para quem nunca ouviu falar, tratava-se de uma mobilização geral na igreja com o propósito de alcançar uma meta de 1000 novos convertidos durante 3 meses que seriam batizados nas “águas” ao término da campanha. Para isso foram levantados 20 “capitães de grupos” os quais se responsabilizaram em criar e organizar estratégias para que o alvo fosse atingido. Para acompanhar o termo “Festa das Águas”, foram combinadas várias nomenclaturas características. Os integrantes dos grupos eram chamados de “pescadores” e os novos convertidos, claro, eram os “peixes”. Cumprimos assim a vontade do Senhor; E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.Mateus 4:19
         Naquela ocasião eu fazia parte da “Equipe Salva-Vidas” liderada pelo meu marido. Entre muitas bênçãos obtidas neste projeto, uma delas foi a nova revelação que recebi do Senhor estudando o Livro de Jonas.
         Não me lembro se foi proposital ou casual ter escolhido este livro para reler nos meus devocionais diários naquela época, mas certamente Deus sempre tem os seus planos e propósitos bem definidos. O que eu sei é que a cada leitura bíblica que fazia sobre a vida deste profeta, Deus me inspirava a escrever lições extraídas de detalhes que, até então, não haviam sido notadas e que tão perfeitamente se relacionavam com as questões que estávamos vivendo naquele intenso clima de salvação de almas, principalmente por só falarmos em “peixes” e em “águas”.
         Recentemente, voltei a reler o livro de Jonas na minha sequência de leitura bíblica e desejei rever também os apontamentos registrados naquela oportunidade e novamente fui abençoada e o Senhor ainda me acrescentou outras novas revelações que agora desejo novamente compartilhá-las aqui.
Então, convido você a estudar comigo o pequeno Livro de Jonas, um dos profetas menores do Velho Testamento.
O livro tem apenas 4 capítulos e vale a pena você acompanhar estas reflexões com sua Bíblia aberta.
         Algumas mensagens estão na íntegra como enviava semanalmente para todos os “capitães” e “pescadores”, por isso achei necessário a explicação acima para você, leitor, se situar no contexto. Outras se adequavam perfeitamente a “datas comemorativas” também da época relacionadas perfeitamente ao evento. E outras ainda, foram adaptadas às novas versões independentes do evento que deu origem a estes estudos.
         Louvo a Deus pelo seu interesse em pesquisar mais sobre este tema e espero que estas reflexões também lhe transmitam lições preciosas e descobertas maravilhosas para a edificação da sua vida cristã.



Marina M. Kumruian


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I REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

O TEMPO E O MODO DE DEUS


Um dos princípios básicos que refletem a soberania de Deus é que para tudo Deus tem sempre o tempo certo e o modo perfeito para fazer todas as coisas (Eclesiastes 3:1). E como continua o texto bíblico: Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar... Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. (Eclesiastes 3:3,8).
Nunca deixe de observar isto! Se hoje você está dedicando seu tempo para ler, ou para escrever, para falar ou para ouvir... enfim, creia que Deus tem sempre um propósito específico nisto ou naquilo que fazemos e devemos remir o tempo de acordo com estes propósitos divinos.
Mas a Palavra de Deus também nos ensina a pregar e ensinar a tempo e fora de tempo (II Tim. 4:2), como se para a Palavra o tempo estivesse sempre à disposição! Porém, infelizmente, não é o que a maioria de nós tem experimentado.
Veremos esta realidade na vida do personagem central deste livro: Jonas. No entanto, ele servirá sempre de um espelho para cada um de nós! Em algumas cenas será um exemplo positivo, mas em outros momentos nos ensinará por meio dos seus erros. Assim é com todos nós, ninguém é perfeito, todos temos falhas e todos temos virtudes. Esta é outra lição muito importante que precisamos aprender na vida: nunca dê nota “zero” para ninguém e jamais isente qualquer ser humano de falhar. Todos nós não somos totalmente errados e nem de todo perfeitos!
Portanto, sempre que tomarmos o nosso “paradigma Jonas”, vamos ser cautelosos em compreender suas duas naturezas idênticas as nossas: a nova e a velha, a boa e a ruim, a forte e a fraca, a certa e a errada, e assim vai...
Pois bem, Jonas não se atentou para o tempo e o modo de Deus na sua vida!
Lá estava ele em Jerusalém, exercendo seu ministério de profeta no reino do Norte até o tempo que Deus lhe envia uma ordem mudando seus planos. Adiantando a história, já sabemos que ele fugiu, ou melhor, tentou fugir deste tempo novo na sua vida e deste modo diferente de ministrar. E esta recusa do servo de Deus trouxe muitos transtornos!
Assim é também conosco, não somos nós que fixamos nossas estacas no tempo e no modo do nosso viver determinando nossa agenda. É Deus, sem dúvida!
Nossa vida é sempre acompanhada das famosas questões: Quando? Como? Onde? Por que? E só Deus tem as respostas certas para cada uma delas. Claro que Ele nos dá a liberdade de escolher e responder, mas nem sempre gabaritamos! A vida não é um teste, é sim sim ou não não. As “alternativas” de múltiplas escolhas são opcionais, mas quando entendemos o senhorio de Jesus Cristo em nossas vidas acertar as decisões é obrigatório!
Era tempo de Jonas “amar” os ninivitas, mas ele ainda “odiava” a Assíria! O tempo de “guerra” para eles tinha passado, Deus estava dando agora um tempo de “paz”, mas o conflito no coração teológico do profeta batalhava no campo da sua mente patriota! Sua memória trazia a lembrança os tempos de “matar” que estes inimigos decretaram contra Israel impossibilitando-o de viver o tempo de “curar” estas feridas e liberar este perdão! Sua visão curta o fazia apenas enxergar o tempo que “derrubaram” seus muros deixando-o cego para a possibilidade de “reconstruir” uma ponte de ligação!
Tudo tem o seu tempo!
Quero lhe afirmar que certamente haverá um tempo de paz após suas longas batalhas, porque Deus sabe até quanto podemos suportar. O importante é você não explodir esta paz com as bombas da incredulidade! Ainda que muito, ou tudo até, tenha sido destruído, Deus é capaz de reconstruir em “três tempos” o que já não existe (Mateus 27:40)!
Acerte seu relógio com os ponteiros divinos. Não pare no tempo e nem avance além do previsto. Quando Deus lhe enviar uma ordem, não se atrase em cumpri-la. Tentar ganhar tempo fugindo da hora marcada de Deus é perder tempo!
Hoje sempre será o tempo certo de viver o plano de Deus em nossas vidas do modo como Ele quiser!


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II REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

LEVANTA!!!



 Um dos benefícios de se estudar o Livro do Profeta Jonas é que ele nos desperta e nos motiva a sair da posição cômoda de apenas ver só Deus agindo na salvação de almas ou só alguns poucos evangelistas e missionários nesta Grande Comissão.
         Ele vem para mim e para você e nos cutuca também dizendo: Levanta, vai ao mar e pregue o evangelho!”
         Da mesma forma, Deus foi confrontar o nacionalista e exclusivista Jonas com esta mesma ordem: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive...” (Jonas 1:2)
         Na certa, Jonas pensou: “Ah, não! Está tão bom aqui em Israel, profetizando para o meu povo, sob as vistas do meu rei. Essa não! Deus não vai tirar o meu sossego.”
         “E Jonas se levantou, diz o verso 3, mas não para obedecer e ir onde Deus havia mandado, mas “se levantou para fugir de diante da face do Senhor.”
         É obvio que nenhum de nós teria esta infeliz pretensão de “fugir de diante da face do Senhor”, mas confesso que pensamos em fugir da responsabilidade do “ide”. Nem pensar!! “Tô fora”, pensamos. E até onde eu sei, não fomos os únicos que pensamos em fugir desta trabalhosa pescaria. Só que, se Deus está neste negócio e determinou nossa parceria, chegamos a sábia conclusão que é melhor ir pescar do que ser pescado!!
         Mas o obstinado Jonas não tomou esta decisão, antes, decidiu ir para o mar, e o mar se revoltou em protesto a covardia deste errante navegante. Ao invés de levar salvação para os homens, ele estava sendo a causa da perdição para toda uma tripulação que, indefesa, “clamava cada um para o seu deus.” (v.5)
         E Jonas, nesta grande tempestade? Dormia no porão do navio! Nada semelhante ao descanso tranqüilo do Mestre no Mar da Galiléia. Era um sono apático de quem dorme em serviço, de quem não se incomoda com as perdas e danos ao redor de si. Um profeta tão adormecido em si mesmo que nem se lembrou de orar ao seu Deus por livramento, nem ainda com a provocação dos pagãos: Levanta-te, invoca o teu Deus...” (v.6).
         Nossas vidas também devem estar sendo sustentadas por orações e que elas não cessem nem na tempestade e nem na bonança.
         Mais uma vez o profeta não atende a sugestão de se levantar e orar, pelo contrário, ele tem uma idéia tão suicida que jamais deveria passar por uma mente sã: Levantai-me e lançai-me no mar...” (v.12).
         Isto sim que é preferir sacrifício em lugar de obediência (I Sam.15:22).
         Sua religiosidade professava temor a Deus (v.9a), mas seu temor ficou bem mais caracterizado como um medo inconseqüente e insubmisso em sua fuga amedrontada.
         Este incoerente fariseu do A.T. mesmo sabendo que o Senhor era o Deus do céu (v.9b) tentou “fugir de diante da face do Senhor”.
         O teólogo do patriotismo reconhecia que Deus era o criador do mar e da terra seca (v.9c), mas não teve fé para pedir que Ele acalmasse os ventos e controlasse a tempestade.
         O acomodado profeta então, que não se levantou para ir pregar, não se levantou para orar, é levantado como causador da fúria do mar: “E levantaram Jonas e o lançaram no mar...”(v.15)
         Quando resistimos a ordem de Deus, ficamos vulneráveis aos “levantes” do inimigo e corremos o risco de passar por apertos tão grandes como a garganta de uma baleia, onde por mais que tentemos, torna-se impossível levantar até que sejamos cuspidos da condição de rebeldes engolidos, para libertos arrependidos.
Levantemo-nos com determinação e prossigamos para o propósito para o qual fomos levantados nesta terra.
         Levantemo-nos para pescar o perdido e não seremos pescados pelos levantes do inimigo.


        
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III REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

PEIXES!


Um dos termos simbólicos usados na evangelização para designar os novos-convertidos é o “peixe”! Isto porque Jesus também nos identifica como “pescadores” de homens neste imenso “mar” de gente no qual temos lançado nossas “redes”.
         É comum, como ilustrei na mensagem “Natureza Evangelística”, a utilização divina de elementos da natureza para propósitos espirituais.
         Nesta reflexão quero chamar a atenção para o papel do “peixe” em algumas cenas bíblicas para extrairmos mais algumas lições.
         No livro de Jonas, quando este foi jogado ao mar, diz que “o Senhor deparou um grande peixe (1:17). Fiquei pensando: Qual seria o verdadeiro propósito deste peixe? Engolir o profeta e fazer dele pedacinhos de comida consumidos pelos sucos gástricos do seu estomago sentenciando, assim, com pena de morte, a desobediência de Jonas? Ou seria um peixe salva-vidas vindo da parte de Deus para oferecer uma carona até uma praia, um porto seguro, distante o bastante para dar tempo suficiente para o profeta se arrepender e atender ao chamado do Senhor?
Como nosso Deus é criativo!!! Incríveis são as maneiras que Ele inventa para salvar os seus servos, e olha que até os desobedientes não ficam isentos de suas “escoltas naturais” porém utilizadas, muitas vezes, de modos sobrenaturais! É, porque, um fato como este acontecido com Jonas, é considerado por muita gente como “estórias de pescador”. Confesso que se não estivesse na Bíblia eu mesma iria catalogar isto como lenda ou fábula de muita imaginação! Mas, como dizem, se a Bíblia afirmasse que Jonas engoliu uma baleia, deveríamos acreditar do mesmo jeito porque está na Bíblia autenticado e canonizado pelo Espírito Santo!
Bom, para nós pode parecer difícil o cumprimento deste “acidente”, mas para Deus, o que é “deparar” um peixe no oceano? Para Ele, seria como achar um peixinho num pequeno aquário. Afinal, quem foi que criou todos os peixes no quinto dia da criação foi Ele mesmo. Nada difícil para o Criador achar uma de suas criaturas por mais escondida que ela estivesse. Não duvido que aquele peixe tivesse até um nome que só Seu Criador e ele conheciam para que, quando fosse chamado para uma missão especial, ouvisse lá do céu a ordem de salvamento e obedecesse pronta e eficazmente. Se você ainda duvida, Jonas 2:10 é bastante claro: “Falou, pois, o Senhor ao peixe...” E não é só com peixes que Ele fala, não, já li que Ele falou também com uma figueira!! Se fosse eu, você me chamaria de louca, né? Mas, como é o Senhor...
Outra alternativa, não querendo especular ao extremo, mas há uma grande probabilidade na hipótese de que Deus tenha criado este grande peixe justamente naquela hora, naquele lugar e para aquela única finalidade. No dicionário, a palavra “deparou” significa fazer aparecer de repente (Michaelis). Eu creio até que Deus chama a existência as coisas que não existem para a realização dos Seus desígnios em prol do seu reino e dos seus filhos.
O mesmo se aplica a ocasião em que Jesus mandou Pedro tirar uma moeda da boca do primeiro peixe que pegasse o seu anzol. Quer especular? Quando e como será que Deus colocou a moeda bem na boca daquele peixe, bem naquela hora e naquele lugar? Ou será que Ele já criou aquele peixe “cheio da grana” para ser o caixa eletrônico a prova d’água daquela época? Acho que era mais um outro peixe daqueles “nomeados e chamados exclusivamente para o cumprimento de uma missão especial”?
Quer mais ainda?
Até agora falamos de um peixe com um homem na barriga, mas o que dizer de uma multiplicação de peixes para encher a barriga de uma multidão de homens, mulheres e crianças? O Deus da provisão dá ao seu povo o seu alimento preferido e em abundância de uma forma sobrenaturalmente maravilhosa!!!
Até agora falamos de um peixe com uma moeda na boca que ajudou Pedro a pagar seus impostos, mas o que dizer de um cardume enorme mandado sob encomenda ao lado direito do seu barco para abençoar milagrosamente a sua “microempresa de pesca” ajudando-o a pagar todas as suas dívidas e ainda poder dividir com os colegas de trabalho?
Este é o nosso Deus! O mesmo Deus que nos ordena ir ao encontro de “peixes-almas” para encher o reino dos céus com vidas salvas do pecado e do inferno, é o mesmo que faz vir ao nosso encontro os “peixes-provisões” para enriquecer os nossos lares salvando nossas vidas da fome e da miséria.


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IV REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

O VENTO!


         Na reflexão passada, a personagem em cartaz foi o “peixe”, lembram? E, por falar em “peixe”, como anda sua pescaria? Acredite, estou “torcendo com orações” por cada um de vocês! Espero que a recíproca seja verdadeira!
         Bem, nesta reflexão, vamos continuar neste mesmo raciocínio (se é que isso é racional) de ver a natureza em obediência aos comandos do Comandante do Universo.
Pois é, no livro de Jonas, lemos também sobre este fenômeno: “Mas o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade...” (1:4). Alguns versículos antes, o mesmo Senhor mandou Jonas ir para Nínive, mas, como já sabemos, ele não foi! Será que ele não ouviu mesmo com seus ouvidos fisicamente visíveis e sadios? Poderíamos acreditar que o vento sabe ouvir a voz celestial melhor que um homem são que ainda não aprendeu a obedece-la? E o que é pior ainda, Jonas foi em direção contrária à ordem do Senhor! O vento, porém, não encontrou dificuldade em mudar de direção e, sem resistência, soprar no sentido oposto com a força necessária para desencadear uma tempestade no céu e uma agitação no mar. Isto, sim, é uma prova de obediência incontestável.
A Bíblia descreve este tipo de “surdos orelhudos” quando diz: “E neles se cumpre a profecia de Isaías (6:9), que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu os cure. Mas bem-aventurados os vossos ouvidos, porque ouvem, e os vossos olhos, porque veem.” Mateus 13:14 a 16
Jonas ouviu, sim, com seus ouvidos entupidos pelo sebo da ignorância, mas não compreendeu a urgência da ordem de quem lhe falou. Seus olhos embaçados pela covardia não o deixaram perceber a autoridade de quem lhe falou. Seu coração endurecido pela insensibilidade impediu que ele sentisse a paixão de quem lhe falou!
O mesmo Senhor está falando aos nossos ouvidos aqui agora, e seremos bem-aventurados se lhe dermos ouvidos, mesmo que tenhamos que ir para direções que preferiríamos evitar, mesmo que tenhamos que soprar sobre mares distantes. Eu posso ouvir melhor que os ventos!
Jesus comparou aquele que é nascido do Espírito com o vento, porque o Espírito o assopra para onde quer, mesmo que ele não saiba para onde vai e nem donde vem (João 3:8).
Seja um vento que sopra no mover do Espírito nesta sua missão de evangelização, ainda que seja preciso provocar uma tempestade durante a navegação para que os que estiverem no barco reconheçam “Aquele que até o vento e o mar lhe obedecem”.
Seja um vento que assopre a semente do amor de Deus em terras férteis para transforma-las em Jardins do Senhor, que de tão perfumados, espalharão o bom cheiro de Cristo em brisas suaves.
Seja um vento calmoso” enviado da parte de Deus (Jonas 4:8) para refrescar o deserto de muitos perdidos que estão sufocados pelo calor opressor do pecado.
Seja um vento em movimento, não um ar parado, pesado em seu ambiente fechado. Abra as janelas da sua vida e voe em direções indicadas pelo Espírito Santo de Deus, com certeza Ele deslocará você do vale para os mais altos montes e você se “sentirá nas nuvens”!
Seja um vento restaurador que acalme as águas do dilúvio que tem afogado os pecadores neste mundo cruel (Gn.8:1).
Seja um vento impetuoso que levante as águas do mar da vida para um povo vitorioso passar sobre terra firme (Ex. 15:10).
Seja um vento provedor que traga alimento para uma multidão faminta se fartar e nunca mais murmurar diante do Jeová-Jire (Nm. 9:31).
Seja um vento revigorador que assopre dos quatro cantos da terra sobre um vale de ossos secos e os transforme em um grande e poderoso exército sob o comando do nosso General, saqueando, assim, o inferno e povoando o céu (Ez.37:9)!
        

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V REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

A ABOBOREIRA


            Temos visto a soberania de Deus agir na criatura humana e em toda a criação divina revelando lições de vida que edificam e trazem discernimento espiritual para lidar com nossas experiências diárias.
            Só nesta pequena porção da Palavra de Deus encontrada nos 4 únicos capítulos do Livro de Jonas, deu para notar como o desejo de Deus é diferente da vontade humana, como os pensamentos de Deus são mais elevados que os nossos pensamentos e como os sentimentos do Senhor são mais nobres do que as nossas pobres emoções.
            É difícil confessar, mas semana passada me senti tão aborrecida quanto Jonas no 4o capítulo. Chorei, chorei muito porque a “aboboreira” que o Senhor fez nascer para mim e que tanto me fazia bem tinha morrido! Estava zangada com o bicho que a comeu, com o Senhor que mandou o bicho comer, com o sol que estava me deixando de cabeça quente, com o vento quente e abafado que estava me sufocando (4:4 a 9).
            Como é fácil assistir com olhos críticos a ira de Jonas. Como é simples condenar seu descontentamento por causa da perda de uma planta. Percebi que o Senhor não quis dar uma lição só para Jonas com o incidente da aboboreira. Ele quis me ensinar também e não só na teoria, mas na experiência própria. Eu poderia, como já tenho feito aqui, escrever sobre “As lições de vida do livro de Jonas”, mas o Senhor quis mais que isso, quis que eu vivesse, quis que eu provasse e sentisse na pele. E sabem a que conclusão eu cheguei? Eu sou igualzinha a Jonas! Já notou se você também tem suas semelhanças? Pense bem:
            Vivemos muitas vezes na mediocridade de sentimentos regidos por valores transitórios. Como Jonas se alegrou em extremo com a sombra da árvore (4:6), nós também potencializamos uma felicidade passageira e deixamos de nos alegrar com a eterna. Jesus disse: “alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus” (Lc. 10:20). Com isto Jesus estava querendo ensinar que, antes de tudo, acima de tudo, o nosso gozo só seria completo quando nos alegrássemos primeiro por ter nossos nomes escritos no céu. De lá ele não vai sair! Para lá é que iremos viver para sempre com ou sem “aboboreiras passageiras” nesta terra. Sejam quais forem as suas “aboboreiras”, você pode se alegrar com os benefícios que ela oferece, mas elas não são eternas, não são duradouras, não é o motivo principal e condicional da nossa alegria, porque mesmo que elas morram, nossa alegria não vai morrer com elas, antes vai perdurar! No decorrer da nossa vida desfrutaremos de muitas “aboboreiras”, mas elas vêm e vão, da mesma maneira que nascem, morrem. Da mesma forma, enquanto estivermos neste mundo iremos constantemente ter que superar as “mordidas infernais” que são enviadas para matar, roubar e destruir. Neste ciclo de ganhos e perdas, não podemos ser levados por lágrimas e sorrisos como crianças inconstantes. Temos que ter a convicção de que este “bicho” só pode matar o que já está destinado à morte e assim, poderemos conservar a nossa alegria eternamente.
            Como Jonas desmaiou e desejou a morte quando sentiu o calor do sol (4:8), nós também desfalecemos e desejamos desistir de tudo quando sentimos a “coisa esquentar”. Subestimamos a estrutura que Deus confiou em nossa nova natureza e concluímos que não poderemos suportar, que chegou no nosso limite! Que nada! Foi só mais uma mordidinha do bicho dos infernos! Não se aflija com os seus ataques! Ele pode morder e matar nossas “aboboreiras”, mas jamais ele poderá morder a nossa Videira Verdadeira e nunca poderá matar a vida e a alegria que Ela nos oferece!
            Quando eu chorava as perdas das minhas “aboboreiras”, o Senhor falou bem forte no meu coração: “É razoável este teu ressentimento?” (4:4). Bastante contrariada, ainda quis argumentar, minhas razões e emoções humanas defendiam a minha causa, mas os pensamentos e os sentimentos divinos me condenavam quando, pela segunda vez, o Senhor me confrontou: “É acaso razoável que assim te enfades por causa da aboboreira?” (4:9).
Foi como se aquele sol quente que me incomodava, agora começasse a “fritar” meus valores invertidos iluminando os sentimentos desequilibrados do meu coração. Eu me derreti na presença do Todo-poderoso e deixei que Ele refrigerasse a minha alma. Era como se eu também pudesse ouvi-Lo dizer: “Marina, você está triste por suas perdas materiais, emocionais, artificiais, temporais que existem ou deixam de existir por Minha vontade e não por sua causa e não hei de eu estar triste pelas muitas almas que se perdem contra a Minha vontade mas por causa da sua omissão em levar-lhes a minha salvação?” (4:10) Isto, sim, foi mais que uma mordida, foi um puxão de orelha que me levou a chorar ainda mais, porém, desta vez, levada por uma paixão nobre pelas almas. E não parou por aí, ele continuou: “Marina, você se alegra com as bênçãos que eu faço nascer em sua vida, benefícios que começam ou acabam conforme Minha determinação e não de acordo com a sua condição e não hei eu de fazer festa aqui no céu quando um pecador se arrepende determinado a mudar de condição?” (4:11) É verdade, Senhor!
Foi aí que eu me calei e dispus no meu coração estabilizar minhas emoções, sentimentos e valores medíocres nos parâmetros divinos e não mais na escala de valores oscilante que nossa mentalidade carnal priorizou!
Vamos acabar com a tristeza levando aos perdidos a verdadeira razão da nossa alegria!


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VI REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

JONAS & JESUS


            Continuando as nossas reflexões sobre o Livro de Jonas, faremos uma comparação bastante oportuna do profeta do Antigo Testamento com o Messias do Novo Testamento.
            Todos nós sabemos que Jonas tipifica Jesus Cristo. O próprio Jesus faz menção em Mateus 12:38 a 41: “Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal, senão o do profeta Jonas, pois como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra.”
            Vamos também tentar nos enquadrar neste paralelo entre Jonas e Jesus. Qualquer semelhança é mera coincidência ou pura coerência?
            1º) Jonas, Jesus e eu (para não dizer “nós”), fomos chamados para executar uma missão evangelística em cumprimento à vontade de Deus.
                  Jonas, à princípio, desobedeceu e, rebelde, fugiu de diante da face do Senhor.
                  Jesus desde o princípio foi obediente e, fiel, andou diante da face do Senhor.
                  Quanto a nós, fica a cargo de cada um se enquadrar nas mesmas condições e formular suas respostas para esta e as demais questões a seguir...
            2°) Jonas e Jesus foram comissionados em direção a pessoas rebeldes, pecadores e até, muitas vezes, indesejáveis.
                  Jonas odiava os ninivitas e repugnava a ideia de serem perdoados.
                  Jesus amou a humanidade dando a Sua vida por ela e tomando para Si o seu castigo.
            3º) Jonas e Jesus enfrentaram uma tempestade em alto mar.
                  Jonas dormia o sono da apatia. Nem sequer orou ao seu Deus como recomendou a tripulação. Sua solução foi afundar-se na revolta do mar.
                  Jesus descansava o sono da paz. Em resposta à súplica dos discípulos, acalmou o vento e sossegou a tempestade. Ele pôde andar por sobre as águas!
            4º) Jonas e Jesus combateram a morte por 3 dias e 3 noites.
                  Jonas foi tragado por um grande peixe e, provavelmente, desfigurado pelas condições impróprias da sua temporária moradia, enrolado por algas e sufocado pelas ondas.
                  Jesus recebeu condições especiais para ser colocado em um sepulcro novo e aberto na rocha, envolto em um fino e limpo lençol, não provou a corrupção.
            5º) Jonas e Jesus oraram a Deus diante da morte.
                  Jonas, na sua angústia, apercebido de sua insensatez e teimosia, gritou por socorro e arrependido prometeu pagar seus votos.
                  Jesus, na sua oferta voluntária, morrendo pelos pecados que jamais cometeu, suplicou o perdão de Deus a nosso favor pagando a dívida que nos condenava.
            6º) Jonas e Jesus foram salvos da morte.
                  Jonas foi enojadamente vomitado para uma segunda chance de, em obediência a ordem divina, proclamar o juízo sobre a grande cidade de Nínive.
                  Jesus foi gloriosamente ressuscitado para viver para sempre e, em vitória sobre a morte espiritual, proclamar a salvação eterna para todo o mundo.
            7º) Jonas e Jesus alcançaram os mesmos objetivos, porém não com os mesmos resultados.
                  Jonas pregou contra Nínive, no entanto ela creu em Deus e, arrependidos, seus moradores se humilharam e, por se converterem dos seus maus caminhos, Deus não a destruiu.
                  Jesus pregou e provou o amor de Deus ao mundo, no entanto os seus não o receberam, “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber: aos que creem no seu nome.”
            8º) Jonas e Jesus receberam o feedback de Deus após concluírem suas missões.
                  Jonas aborrecido e descontente saiu da cidade, fez uma cabana, assentou-se debaixo de uma planta. Alegrou-se ao extremo por ter uma sombra e entristeceu-se até a morte por sofrer o calor do sol. Contrariado com o final feliz que Deus deu aos seus inimigos, sua história encerra-se no desconhecido final de quem nem sequer respondeu diante da manifestação do amor de Deus.
                  Jesus foi triunfante recebido pelos anjos na glória, está preparando mansões celestiais e assentou-se no trono à direita do Pai. Alegra-se em santificar para si um povo exclusivamente seu que descansa à sombra do Onipotente e se comove com paixão pelos pecadores que ainda perecem nas trevas sendo Ele mesmo o Sol da Justiça. O final feliz da Sua história ainda está por vir, quando exaltado em majestade e glória reinará por toda eternidade.
            Eu e você estaremos para sempre com Ele. Podemos apressar Sua vinda pregando este Evangelho do Reino em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim!


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VII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

mais JONAS & JESUS



Vamos refletir mais um pouco ainda sobre um reflexo inverso, como se Jonas fosse o espelho contrário de Jesus!

Jonas foi comissionado para uma cidade
Jesus foi enviado para o Mundo

Jonas desobedeceu até quase a morte
Jesus obedeceu até a morte e morte de cruz

Jonas fugia para longe de diante da face do Senhor
Jesus era Deus e manifestou a presença de Deus na Terra

Jonas desceu da terra para as profundezas da humilhação
Jesus desceu para a terra e subiu para as Alturas em exaltação

Jonas dormiu no navio o sono da culpa de mal com tudo
Jesus descansou no barco o sono da paz de bem com a vida

Jonas acalmou o temporal com a confissão de réu
Jesus repreendeu a tempestade com a palavra de fé

Jonas foi lançado ao mar para a perdição
Jesus andou sobre as águas para a salvação

Jonas foi achado no mar como comida para a baleia
Jesus achou no peixe provisão e alimento para os famintos

Jonas sofreu 3 dias e 3 noites na barriga do grande peixe
Jesus morreu na sexta-feira, descansou no sábado e triunfou no domingo

Jonas depois finalmente percorreu Nínive pregando a destruição em 40 dias
Jesus ainda depois de ressurreto permaneceu 40 dias confirmando sua missão

Jonas irado ficou desgostoso com o arrependimento e conversão dos pecadores
Jesus glorificado viu o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficou satisfeito!


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VIII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

O AMOR DE DEUS


Gostaria de refletir ainda um pouco mais profundamente sobre a razão do “sinal de Jonas”, sobre o tema central da história relatada no livro de Jonas e em todo o Livro Sagrado, sobre este tão imenso e incomparável amor de Deus provado na morte de Cristo.
É simples todos nós admitirmos o amor de Deus pelo homem, mas é impossível dimensiona-lo. É comum atribuirmos a Deus o título de Misericordioso e Compassivo, porém é muito difícil enumerar as infinitas provas e manifestações destes atributos em nossa vida! Como é natural para nós pregar com nossos lábios este gigantesco amor de Deus, mas como é sobrenatural experimenta-lo e transmiti-lo na prática do nosso viver diário!
Nínive, no livro de Jonas, é o 1o alvo do amor de Deus. Se formos buscar na história razões pelas quais ela merecesse atrair o amor e a atenção de Deus jamais poderíamos encontrar 1 motivo racional. Nínive, como relata Naum 3:1, era uma cidade sanguinária, daquelas que praticavam as maiores atrocidades com seus inimigos e cativos, incluindo nesta categoria o próprio povo de Israel, o que explica a revolta do comprometido patriota Jonas em ter que levar a mensagem de Deus para esta indigna e cruel opressora. Temos explicações e argumentos para negar o nosso amor ao nosso inimigo, ainda que ele seja o nosso próximo, no entanto Deus ama sem argumentos e sem explicações. Deus ama não pelo que somos, fazemos ou temos, mas Ele nos ama pelo que Ele é! Deus ama porque Ele é amor. E só um amor assim perfeito poderia constranger toda uma cidade maligna a se arrepender, “crer em Deus, proclamar um jejum, vestir-se de pano de saco, clamar fortemente a Deus e se converter cada um dos seus maus caminhos e da violência que havia em suas mãos.” (3:5,8). Só um amor assim perfeito poderia ver, considerar e perdoar toda uma cidade anulando por meio de sua infinita misericórdia o castigo que já havia sido determinado. Este incondicional amor de Deus nos ensina a não subestimar a Sua compaixão e nem a conversão verdadeira dos mais rebeldes pecadores. Nínive teve a oportunidade de experimentar e provar o misericordioso amor de Deus, mas não perseverou. Passados 150 anos, de volta às práticas de outrora, outro profeta, Naum, é levantado para, desta vez, apenas anunciar a sua definitiva e total destruição, quando, então, já não havia mais espírito de arrependimento. O amor de Deus não anula a Sua justiça!
Vemos ainda, no primeiro capítulo de Jonas, o amor de Deus demonstrado também aos inocentes marinheiros que enfrentavam a revolta do mar contra apenas 1 culpado. Ainda que eles fossem pagãos, pois “clamavam cada um ao seu deus” (1:5), suplicaram também a Jonas para “invocar o seu Deus, talvez ele se lembre de nós e não nos deixe perecer” (1:6). Hesitando em lançar Jonas ao mar, eles demonstraram mais temor a Deus do que o típico religioso profeta. Contrariados por suas ações eles clamaram ao Senhor: “Ah! Senhor! Nós te rogamos! Não pereçamos por causa da vida deste homem, e não ponhas sobre nós o sangue inocente, porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve.” (1:14). Deus teve misericórdia daqueles atribulados navegantes e ofereceu socorro bem presente salvando aquelas vidas do naufrágio. Este comovente amor de Deus nos ensina a crer no poder da oração sincera e no pronto interesse divino no bem-estar da humanidade. A tripulação teve a chance de experimentar e provar o compassivo amor de Deus, “ofereceram sacrifícios ao Senhor e fizeram votos” (1:16). Não sabemos se iremos encontrar com eles na eternidade, mas a infidelidade dos homens não altera o valor caríssimo do amor de Deus.
E o que dizer do longânimo amor de Deus pelo impaciente Jonas?
Praticante de uma lista repugnante de provocações à paciência do Senhor, poderia mais ser considerado réu de juízo do que a cidade em questão.
Desobediente à ordem divina (1:2) tem ainda uma nova chance como resultado da paciência divina (3:2).
Covarde diante do inimigo (1:3) ainda recebe sustento e provisão do Senhor pelo caminho de 3 dias, ao fim dos quais Deus lhe assegura um destino promissor (3:4).
Ignorante em relação à onipresença de Deus (1:3) ainda é alvo dos olhos celestiais mesmo em direção contrária (1:4).
Apático frente às manifestações da natureza (1:5) ainda é conservado em vida pela soberania divina mesmo lançado nas profundezas dos mares (1:15).
Incrédulo com respeito ao perdão de Deus (1:6) ainda lhe é concedida mais uma chance de arrependimento (2:2).
Hipócrita ao confessar sua fé (1:9) ainda foi preservado em nome da unção de profeta e do chamado divino (1:17).
Inconsequente pelas decisões escolhidas (1:12) obteve consequência favorável porque ainda não era chegada a sua hora (1:10).
Incoerente nas negociações de sua falsa oração de arrependimento (2:9) ainda foi ouvido e atendido por um Deus que se mantém fiel e verdadeiro (3:1).
Temperamental ao extravasar seus descontentamentos e ressentimentos pela salvação dos seus adversários (4:1) foi ainda considerado merecedor de aprender mais uma lição do Mestre da vida (4:4).
Insensível e egoísta ao tentar manipular a graça e a piedade divina negando-as aos verdadeiros necessitados (4:2) provou imerecidamente o cuidado providencial do Criador do Universo (4:6).
Incompatível e ingrato com o dom da vida que o Senhor lhe havia restituído (4:3) ainda assistiu gratuitamente uma simulação encenada pela própria natureza sobre o valor da salvação (4:7). 
Obstinado em seu péssimo mal humor sustentou e persistiu em sua teologia exclusivista até o fim (4:9) mesmo ainda depois de sofrer a sábia disciplina do Senhor (4:10).
Jonas provou e experimentou o imensurável amor de Deus, apesar do seu reprovado comportamento.
Este inesgotável amor de Deus nos ensina que não basta ser profeta do Deus de amor, é preciso ter o amor do Deus da profecia.
Este ativo amor de Deus nos prova que o verdadeiro amor não se expressa passivamente, permanecendo comodamente em nossa zona de conforto.
Este universal amor de Deus nos sinaliza que seu alcance mapeia toda a humanidade independente de raças, tribos, línguas e nações.
Este irresistível amor de Deus nos convence e nos cativa não por sermões longos e eloquentes, mas por uma aliança eterna que constrange e atrai toda criatura desde o 6º dia da criação.
Este incomparável amor de Deus nos revela a diferença entre julgar e amar, condenar e perdoar, punir e salvar.
Este maravilhoso amor de Deus nos assegura que somos amados não pelo que fazemos, mas pelo que Ele é! Que somos amados não pelo que temos, mas pelo que Ele é! Que somos amados não pelo que somos, mas pelo que Ele é!
Porque Ele é amor!
Deus amou o mundo! Jonas odiou a cidade!
Deus deu seu Filho! Jonas negou sua voz!
Deus ofereceu seu perdão! Jonas reteve sua pregação!
Deus proporcionou salvação! Jonas sentenciou a maldição!
Deus trouxe livramento! Jonas levou sofrimento!
Os ninivitas pecadores daquela geração e os marinheiros pagãos daquela embarcação corresponderam mais e melhor ao amor de Deus do que o profeta da santa nação que o desprezou. A falida religiosidade não compra o incalculável amor de Deus!
           

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IX REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

ORAÇÃO!


O assunto em foco desta vez será “oração”.
É estranho ter que admitir, mas... parece que nosso profeta aqui não era lá muito de oração.
De cara, no primeiro capítulo, Deus fala com Jonas, mas não há registro de que Jonas falou com Deus. Sabemos que oração é um diálogo entre Deus e o homem, e o interessante é que nesta passagem quem “puxa conversa” com o homem é o próprio Senhor. No entanto, Jonas não responde e, o pior, não obedece e foge do “papo”! Literalmente ele deixou Deus falando sozinho porque preferiu “fugir de diante da face do Senhor!”
Cada reflexão desta em que eu vou desmascarando cada vez mais este mascarado profeta eu me envergonho ao olhar-me neste espelho. Fico imaginando quantas vezes o Senhor também me pediu coisas falando bem suavemente no meu espírito e eu nem me dei o capricho de responder! Quantas vezes Ele deve ter ficado esperando ouvir minha voz enquanto eu continuava entretida nas minhas ocupações preferenciais! Quantas vezes Ele falou ao meu coração e eu fiz de conta que não era comigo, ou tentava me enganar achando que não era de Deus! Isso, é claro, quando se trata de uma revelação da vontade de Deus na minha vida com a qual eu não esteja muito de acordo ou muito disposta a atender. Mas, nem por isso eu, Jonas e, quem sabe, também você, não deveríamos omitir nossa oração responsiva ao Senhor.
Vamos voltar ao paralelo com Jesus e ver como ele orou ao Pai em João 12:27-28: “Pai, salva-me desta hora; mas para isso vim a esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei.” O início desta oração prova que, humanamente, Jesus também não queria provar o cálice amargo da vontade do Pai. Ele não omitiu isto ao Pai, mas logo imediatamente, reconheceu que foi para isso mesmo que ele veio. Como aconteceu com Jesus, aconteceu com Jonas e acontece conosco. Recebemos uma missão do Pai que, por motivos pessoais e variados, muitas vezes, desejamos nos salvar destas incumbências, mas quando isso não é possível não adianta fugir, temos que orar como Jesus desejando que o nome de Deus seja glorificado por nossa obediência. Certamente ouviremos novamente o Pai expressar com voz de trovão a Sua satisfação.
Jonas, que dizia conhecer o Deus do céu (1:9), não orou nem na hora da provação, nem na hora em que todos no barco “clamavam cada um ao seu deus” (1:5), nem na hora em que o mais incrédulo dos homens disse “ora que melhora”, o que, em outras palavras, foi exatamente isso que os marinheiros aconselharam Jonas e, nem assim, este homem de Deus ousou usar a oração!
Só então, no fim do capítulo que se é feita uma oração ao “Deus que fez o mar”, muito embora por homens que não O conheciam, mas que, porém, ao constatarem o resultado de suas orações “estes homens temeram ao Senhor e com grande temor ofereceram sacrifícios e fizeram votos ao Senhor” (1:16). Quantas vezes, em meio às nossas lutas, tentamos de tudo, apelamos para todas as armas, até que conquistamos a vitória finalmente quando nos lançamos de joelhos em orações e súplicas.
Ainda que muito atrasado, Jonas, enfim, começa o segundo capítulo em oração: “E orou Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe” (2:1). Isto me fez lembrar aquela outra passagem que diz “o Senhor espera para ter misericórdia de nós”. Quase que tarde demais, o Senhor ainda estava esperando para ouvir a oração de Jonas e, por sua infinita misericórdia, respondê-la. Se não oramos na bênção em concordância com a vontade de Deus, mais cedo ou mais tarde, estaremos orando na maldição em arrependimento da nossa desobediência. Não obstante, ainda assim, mesmo lá “do ventre do inferno” podemos gritar e o Senhor ouvirá a nossa voz (2:2). Melhor seria não demorar tanto como Jonas que apenas “lembrou do Senhor quando desfalecia sua alma” (2:7).
No terceiro capítulo é a vez do público alvo da nossa minissérie orar ao único Deus capaz de mudar a história de toda uma nação! “Desde o maior até o menor”, tanto “homens como animais estarão cobertos de pano de saco (sinal de arrependimento e humildade), clamarão fortemente a Deus (oração fervorosa e sincera), e se converterão (resultado da oração)” (3:8). Mais uma vez Deus esperou para ter misericórdia, agora, da cidade de Nínive. Mais uma vez Deus ouviu a oração. Mais uma vez Deus respondeu e salvou o homem da destruição. Bendito seja Deus que não rejeita a oração sincera do aflito e quebrantado!
As orações de Jonas no seu último capítulo não merecem nem comentário. Leia você mesmo os versos 2 e 3 e se enoje. Não é à toa que até a baleia tenha vomitado uma carne tão amarga e um coração tão azedo! O Senhor tenta conscientizá-lo de tamanha incoerência, mas o diálogo que se segue é inútil.
Jonas termina o último capítulo da mesma forma que começa o primeiro: calado, em absurdo silêncio diante das incontestáveis indagações do seu Deus! Isso é razoável??!!
            Seja você um homem e uma mulher de oração e... não querendo plagiar, mas... “ora que melhora!”
           

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X REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

NÚMEROS!


Já se passaram 10 semanas desde a 1a reunião de abertura oficial da II Festa das Águas em 3 de fevereiro!! E nem parece, mas faltam 15 dias para o Grande Batismo em 1o de maio!!
Nestas últimas 2 semanas, os 20 capitães, associados aos seus 50 pescadores, estão na contagem final!!! A quantidade de peixes deve chegar a 1.000 na somatória geral de todas as equipes!!
Diante de tantos números distribuídos por tantas listas que passam e repassam por nossas mãos, vamos meditar sobre esta questão: “números”.
Pode não parecer, mas Deus se preocupa com números. Ele sabia o número de habitantes de Nínive: “não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil (120) homens...” (4:11). Tenho certeza que Ele poderia dar o número exato de homens, mulheres, crianças e, até “também dos muitos animais”. A meta do Senhor era salvar mais de 120 mil homens!
O objetivo desta reflexão é nos assegurar que Deus controla todas as coisas, inclusive “os cabelos da nossa cabeça estão todos contados” (Lucas 12:7). Como seria possível alguém pensar na possibilidade de “fugir de diante da face deste Senhor”.
Quando Jesus vivia cercado de multidões, ele sabia diferenciar e enxergar um por um, acredita? Uma prova disso foi Zaqueu. Ele não conseguia ver Jesus, mas Jesus conseguiu vê-lo. A multidão toda talvez nem tivesse notado aquele baixinho, mas Jesus notou, e notaria ainda que ele estivesse enterrado embaixo da árvore. Deus vê nosso coração! Outra prova é a mulher do fluxo de sangue. Quanta gente apertava Jesus, no entanto Ele distinguiu um toque especial, o toque da fé, e destacou aquela mulher de toda a multidão. Jesus também sabe contar. Ele curou 10 leprosos e quando apenas 1 voltou para agradecer Ele perguntou: “onde estão os 9?” Será que estamos contados com a maioria ingrata, será que fazemos a diferença na numerosa multidão que segue a Jesus? Será que somos humildemente pequenos para Jesus conseguir nos enxergar?  Será que você é apenas mais 1 na multidão, será que você foi contado entre os 70 discípulos de Lucas 10, passou pela seleção dos 12 apóstolos, alcançou a intimidade dos 3 mais chegados ou conseguiu ouvir o coração de Jesus reclinado em seu peito como o discípulo amado. Na escola da vida cristã você é o 1o da classe ou o último da fila? O Senhor está contando com você!
Nosso Deus é infinitamente grande, assim como os números que não têm fim!
Ele sabia que Abrão não poderia contar as estrelas do céu como Ele, contadas e conhecidas cada uma por seus nomes (Sl. 147:4), mas prometeu-lhe uma descendência numerosa com apenas 1 filho, que gerou mais 2, e destes mais 12, e assim ficaram incontáveis como a areia da praia.
Depois chegou a vez de Abraão pedir para o Senhor contar os justos de Sodoma e Gomorra. E o Deus de misericórdia não iria destruir uma cidade inteira por amor de 50, 45, 40, 30, 20, 10 justos que se achassem naquele lugar. Porém a conta do Senhor não alcançou a quantidade mínima da qualidade desejada na totalidade das cidades!
Criar um mundo todo em 7 dias é habilidade apenas para o Trino Deus Todo-poderoso que planeja passar toda uma eternidade não apenas com 144 mil selados e redimidos, mas com todo um povo que aprendeu o que é perdoar 70 x 7 vezes por dia, separar a 10a parte de toda sua renda, observando todos os 10 mandamentos e não adorando o número da besta.
Este Jesus, que morreu aos 33 anos de idade, depois de 3 anos de ministério, foi vendido por 30 moedas de prata, mas ressuscitou depois de 3 dias para ser o Salvador, não só das 1.000 almas que estamos tentando pescar, mas de todo um rebanho do qual eu e você fazemos parte em razão de Ele, um dia, ter deixado as 99 no aprisco para resgatar-nos das mãos do salteador!
Hoje, este nosso Senhor está vivo do outro lado da margem esperando-nos com brasas vivas chegarmos com nossos peixes para, então, nos dizer: “Trazei dos peixes que agora apanhastes. Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a terra, cheia de 153 grandes peixes; e, não obstante serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei”. (João 21:10, 11, 12).
Está se aproximando, de fato, o grande dia em que Jesus pedirá conta dos 5, 50, 1.000, enfim, dos “n” peixes que apanhamos. Façamos como o apóstolo Paulo que “fez tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns. E eu faço isso por causa do evangelho”. (I Cor. 9:22, 23). Desta forma, sentaremos satisfeitos à mesa do Senhor quando Ele chamar todos os capitães, pescadores e peixes para as Bodas do Cordeiro com o triunfal convite: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”.

        

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XI REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

TIRADENTES


Estamos na semana da “Inconfidência Mineira”, e neste dia 21 de abril comemoramos a morte de Tiradentes, considerado um mártir da pátria brasileira! Dizem até que Décio Vilares pintou o retrato de Tiradentes aproximando suas feições de uma gravura popular de Cristo, numa simbologia de mártir.
Na semana da Páscoa comparamos Jonas com Jesus e encontramos pequenas semelhanças e desastrosas diferenças! A que conclusões poderíamos chegar se, nesta semana, comparássemos Tiradentes com Jesus, ou com Jonas, ou conosco?
Mesmo não querendo se aprofundar muito na história do Brasil, sabemos que os “inconfidentes não tinham tropas nem armas para conquistar o poder. Também não contavam com a participação do povo. As camadas mais baixas não participaram da Inconfidência porque os líderes do movimento não tinham planos para melhorar as condições de vida dos pobres (a maioria da população). Não havia entre os líderes da Inconfidência a intenção de acabar com a escravidão dos negros. Se o movimento fosse adiante os negros continuariam sendo escravizados e explorados pelos membros da classe dominante. A Inconfidência Mineira não foi uma revolta de caráter popular. Visava apenas o fim da opressão portuguesa que prejudicava a elite mineira. Não tinha como finalidade acabar coma a opressão social interna que explorava a maioria do povo. Havia muitos planos e pouca organização para realizá-los.” (* Fonte: Educaterra.)
Com este breve resumo, dá para notar que esta revolução ficou só na tentativa, sem nenhum êxito, sem nenhum resultado revolucionário e benéfico para a nação brasileira! Tiradentes foi condenado a forca sem nenhum triunfo, sem nenhum mérito. Suas “boas intenções” de interesse pessoal e “elitizado”, na minha opinião, não mereciam um feriado nacional. Muito mais digno de comemoração seria o dia 22 de abril, quando descobriram nosso Brasil!
Porém, o que me levou a refletir nesta analogia, foi a disposição destes homens, com risco de vida, de lutarem em prol dos seus ideais.
Vemos em Jesus esta disposição a ponto de dar sua própria vida como parte principal do seu plano revolucionário de Salvação. Ele contava, sim, com tropas angelicais e tinha recebido todo poder no céu e na terra. Seus planos visavam o bem-estar e a libertação de todas as raças, povos, tribos e nações! Ele também foi traído pelo inconfidente Judas Iscariotes, o qual sentenciou sua própria condenação suicidando-se com a forca do remorso!
Já em Jonas, não vemos nenhuma disposição para o cumprimento de sua missão. Suas semelhanças com Tiradentes se limitam tão somente ao patriotismo e ao nacionalismo rigoroso que o levava, também, a odiar e a se revoltar contra os fortes opressores que prejudicavam sua nação mais fraca! Ele também arriscou sua vida, não em prol da salvação de uma cidade inteira, mas apenas de uns poucos marinheiros. Não como prova de amor em cumprimento a vontade de Deus, mas em demonstração de covardia em resistência a missão divina!
E quanto a nós?
Eis-nos aí em tropas de 20 capitães, cada um com seus pelotões de 50 aliados revestidos do poder do alto para contagiar todo um povo a participar deste revolucionário movimento que é a Evangelização! Nossos líderes visam alcançar os pobres de espírito, os escravizados pelo pecado, os oprimidos pelo maligno e os explorados por Satanás! Levantamos nossa bandeira do AMOR e nos organizamos na realização de planos e estratégias que promovam o sucesso desta santa conspiração sobre o reino das trevas!
Tiradentes morreu enforcado sem, contudo alcançar seus ideais.
Jesus pagou o preço na cruz, mas, contudo comprou a salvação da humanidade!
Jonas tentou suicídio e, contudo ainda serviu de canal para salvar marinheiros e ninivitas!
Eu e você estamos vivos para, contudo consagrar nossas vidas na salvação de mil almas!
Que sejamos considerados como mártires da Pátria Celestial, pagando com o testemunho das nossas vidas a salvação com que fomos comprados, levando o pecado ao suicídio e o pecador à vida eterna como inconfidentes do grande mistério do segredo sagrado!


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XII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

PESCAR & APASCENTAR



Como já expliquei, quando compartilhei esta reflexão, já estávamos na última semana do projeto de evangelização dos “1000 peixinhos” e em 3 dias estaríamos concretizando o projeto de batizar as mil almas, certamente esperando nos reunir para o tão importante feedback entre capitães, Equipe de Apoio, pastores e, acima de tudo e todos, diante da avaliação do nosso Deus.
Então, sem querer me adiantar nas conclusões, quis ressaltar nesta última reflexão uma lição muito importante já evidenciada na I Festa das Águas, repetida nesta II, esperada em uma III e explicitamente demonstrada em nosso livro de Jonas.
Confesso a vocês que o tema é bastante preocupante e, sempre o foi de maneira mais pessoal e particular pelo meu próprio perfil. De uns longos anos para cá, durante minha leitura bíblica, comecei a ressaltar com círculos as palavras: perseverança, permanência, constância e outras semelhantes. Isso porque notei como sou um pouco inconstante e, tomando a liberdade de generalizar o ser humano, reconheço como somos desistentes em muitos dos nossos propósitos.
Com certeza, você, pescador, não manteve o mesmo ritmo durante todos esses 3 meses de projeto. Não há dúvida que algum ou alguns dos seus peixes desistiram no meio do caminho, e o que me dói: quantos peixes batizados na festa passada permaneceram até hoje??
Como vencer esta deficiência humana?? Eis a questão!!
Vejamos o perfil de Jonas: pelo seu chamado ministerial ele deveria permanecer na vontade de Deus para sua vida, porém “deu prá trás”! Pressionado pela 2a chance retomou o rumo. Sua mensagem produziu o arrependimento e a conversão de todos ninivitas. Mais de 120 mil “peixes” caíram de uma só vez nas redes de Jonas!! E o que ele fez com eles? Abandonou a cidade e só ficou observando “até ver o que aconteceria à cidade” (4:5). O profeta ministrou na função de profeta, mas não exerceu o pastorado, não ofereceu o mestrado e nem se importou com o apostolado, porque não era um evangelista, sua mensagem foi simplesmente: “Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida.” (3:4). Se ele fosse um capitão em nossa Festa das Águas, mesmo relutante em atender a convocação, ele cumpriria mecanicamente a sua função de pescador, contaria os dias para pôr fim ao prazo estipulado e viraria as costas “até ver o que aconteceria à igreja”.
Jonas não viveu (eu creio) para “ver o que aconteceu à cidade”. A Bíblia também não dá mais informações para sabermos por quanto tempo durou a conversão dos ninivitas, mas sabemos que, aproximadamente depois de uns 150 anos, ela de fato foi subvertida, destruída completamente conforme descrito no livro do profeta Naum. Daí eu me pergunto: será que não ficaram como ovelhas sem pastor? Será que não foram filhos gerados sem babás, sementes espalhadas em um jardim aberto sem os cuidados do agricultor? E o que dizer dos marinheiros? A palavra diz que “eles clamavam cada um ao seu deus” (1:5), será que após a provação da tempestade eles reconheceram que só o Senhor é Deus ou será que simplesmente adicionaram o Senhor à sua lista de deuses? Onde estavam os discipuladores daquela época?
Irmãos, somos pescadores de peixes, sim! Mas somos pastores de ovelhas também! Pedro foi convidado uma vez pelo Senhor a se tornar um pescador de homens, sim (Mc 1:17)! Mas, ele foi ordenado por três vezes a apascentar as ovelhas (João 21:15,16,17)! A nossa Grande Comissão não se resume em apenas “Ide, pregai o evangelho a toda criatura”, mas continua com “ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt. 28:19,20)
Jonas não cumpriu o seu ministério até o fim.
Os marinheiros, provavelmente, não participaram de um intensivão para reconhecerem o senhorio do único e verdadeiro Deus!
Os ninivitas não possuíam sacerdotes do Deus Vivo a quem se converteram e não tiveram as instruções que a nação santa recebeu de Moisés como: “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, (...) e ensinai-as a vossos filhos... para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra...” (Deuteronômio 11:18,19)
Semana passada recebi um e-mail do Ministério Jesus não Desistiu de Você no qual era apresentada uma estatística de 40 milhões de desviados no Brasil!!! Eu sei que a responsabilidade é pessoal, mas será que o sangue de alguns deles não será requerido das minhas mãos? Será que muitos destes não estavam inclusos nas metas de peixes das nossas festas, mas que, porém não encontraram o berçário da peixaria? Será que foram peixes que só receberam a isca em um afiado anzol e ficaram desnutridos por não receberem o alimento sólido da Palavra de Deus?
Queridos irmãos, repito minha sugestão: Após duas Festas das Águas, que tal promovermos agora a I Festa do Leite? Estaremos com nosso berçário lotado se somarmos os recém nascidos dos últimos 6 meses! São mais de 2 mil cordeirinhos para apascentar e vigiar para que não se desviem do rebanho! Mais de 2 mil fraldas para trocar e mamadeiras para preparar! Mais de 2 mil criancinhas espirituais para pegarmos pelas mãos e ensinar os primeiros passos!
Capitães e pescadores, eu sugiro trocarmos por um tempo as nossas redes e varas por chupetas e chocalhos. Entendem a linguagem? Eu não quero comer peixe cru! Eu não quero abortar! Eu não quero dar à luz filhos que voltarão para as garras das trevas por não serem acolhidos pelo nosso colo.


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XIII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

DESCENDO...


Como já sabemos, Deus tem planos de paz a nosso respeito para nos dar o fim que desejamos (Jeremias 29:11), mas ainda assim, nosso infiel livre arbítrio nos conduz justamente ao oposto do que poderíamos experimentar se obedecêssemos incondicionalmente a vontade do Pai.
Provavelmente você também já deve ter ouvido sermões do tipo: “Os 5 degraus de Jonas”, ou “Os 6 erros do profeta” e também “As 7 descidas de Jonas”. Realmente é bastante notória esta sequência de decadências de Jonas, por isso vale a pena recapitular e incluí-las nestas reflexões. Que o mesmo Espírito nos ajude agora a juntos tentar descobrir por entre estes 4 capítulos, como um “Jogo dos 7 Erros”, algumas destas escorregadas que muitos de nós também podemos já ter experimentado:

1º) Desceu a Jope = Jonas 1:3
Jope era uma cidade portuária, ao nível do mar. Jope é uma palavra de origem hebraica que significa “beleza”. Não que ela tenha algum significado simbólico como o termo mais conhecido “descer para o Egito”, que significa “cair no mundo”. Mas poderíamos aplicar o significado de Jope àquilo que desejamos com os nossos olhos: “beleza”! Porém, nem sempre o que é bonito aos nossos olhos nos levará a um final feliz. Poderíamos até contextualizar a ideia de Jonas para os dias atuais: “Beleza, vou fugir para Jope!” Mal sabia ele que a “bela” o levaria para a “fera”! Seria o começo da descida para o destino final que o levaria às profundezas mais baixas da terra. Lá ele iniciou sua partida no porto da desobediência. Seu roteiro não previa escala submarina para baldeação no meio de transporte. Mas ainda que façamos os nossos planos, quem os confirma ou cancela é o Piloto do Universo! Precisamos estar atentos aos começos quando nos descuidamos e iniciamos nossos pequenos desvios de rota e muitas vezes chegamos a nos perder tanto com os atalhos que não conseguimos mais voltar ao bom, reto e seguro caminho. Descemos quando deveríamos subir! Viramos para a esquerda quando deveríamos seguir para a direita. Retrocedemos quando deveríamos prosseguir em frente.

2º) Desceu ao porão do navio = Jonas 1:5
É difícil tentar imaginar o tipo de embarcação que Jonas estava viajando, mas provavelmente não era como um desses atuais navios "chics" de turismo e nem a expectativa do profeta era se divertir saindo de férias em um Cruzeiro Marítimo na cabine de luxo. Mas, dormir no porão também não é das melhores opções para um servo de Deus! Aí é descer ao nível dos ratos! Porão dá a impressão de lugar sujo e escuro, próprio mesmo para quem quer se esconder! Aliás, se a tola intenção do profeta era “fugir para longe da presença de Deus”... a onipresença do Senhor nada significava para Jonas! Talvez para ele Deus se restringisse apenas em sua morada celestial, sendo assim, céu aberto para ele jamais! Estaria “visível”! Se Deus habita nas alturas... a lógica é eu fugir para o sentido oposto, descer ao ponto mais baixo de distância! E realmente, quanto mais longe de Deus queremos ficar, mais sujos estaremos... mais nas trevas ficaremos... mais dow nos sentiremos... Confesso que algumas vezes tenho vontade de fugir, de me esconder pelos menos por alguns momentos de tudo e de todos, exceto de Deus, é claro, e procuro meu “porão”. Na verdade, costumava chamar de minha “caverna”. Literalmente eu gostava de me “encavernar”, mas o propósito sempre foi exatamente o contrário de Jonas, longe de mim me esconder de Deus. O que eu queria era justamente “me esconder em Deus”! Até que resolvi mudar de “caverna” para “esconderijo do Altíssimo” e lá descansar à sua sombra! Bem diferente do sono profundo do profeta! Identifique agora a intenção do seu esconderijo. Examine a motivação de você querer ficar a sós. É para descer na depressão humana ou para subir na comunhão divina?

3º) Desceu ao mar = Jonas 1:15
Veja como um abismo puxa outro! A princípio a decisão de Jonas era “fugir” para Jope, mas não foi o suficiente. Vamos, então, para mais longe, com destino a Társis na ponta do continente na direção oposta do mapa. Era mesmo só mais um pequeno deslize para escorregar no oceano! Não deu certo apenas se “esconder” no porão! Vamos além: vamos ao mar! A intenção não era um mergulho para refrescar, pelo contexto, fica claro que o intuito era se suicidar! Se eu “morrer” acabou a história, ele devia pensar! Não teve coragem nem para se atirar ele mesmo, mandou que o lançassem ao mar! Era alto mar e para piorar estava revolto e agitado, pronto para levar ao naufrágio tudo e todos que pudesse! O declínio desta vez foi violento, não foi simplesmente descer ao mar, foi ser lançado, atirado, jogado para baixo! Para ele já teria sido o fim, a última escala, o seu destino final. Mas Deus estava com os olhos fitos em Jonas o tempo todo! Quantas vezes também pensamos assim que chegamos ao fundo do poço, ao fim da linha, ao nível mais baixo! Lutamos tanto contra a vontade de Deus, batalhamos tanto contra os planos divinos que nos rendemos sem sucesso à morte dos nossos sonhos! Mas ainda não era o fim!

4º) Desceu no ventre do peixe = Jonas 1:17
Talvez o profeta estivesse tão vazio que nem no mar afundava! Ele queria descer mais ainda...então Deus preparou uma carona para dar essa ajudinha. Desceu goela abaixo da baleia. E olha que além de vazio, o profeta deveria estar tão pequeno que nem ficou entalado na garganta, mas conseguiu descer até ao ventre! Como Deus ainda é misericordioso que parou por aí... já pensou descer mais ainda para o intestino!!! Lá dentro, no interior de uma criatura ele ainda achava que estava longe dos olhos do Criador quando ainda disse “lançado estou de diante dos teus olhos” (2:4). Que aperto! Que estreito literalmente Jonas havia se metido! Quem diria? Quem poderia imaginar? Que mistério esconde esta passagem!? Não é nada comum! Pelo contrário, é tão extraordinária que leva muitos a crer numa fábula, numa parábola, duvidando que tenha sido literalmente um milagre da criação! O peixe sempre foi um símbolo do Salvador Jesus, e de fato, este peixe também representou a salvação para Jonas. Porém, foi também um meio de humilhar aquele que se exaltava na tentativa de descer para longe de Deus! Queridos, muito melhor que ser engolido por um peixe é saborear a boa, agradável e perfeita vontade de Deus! Muito melhor que ser pescado por uma baleia, é ser um pescador de homens!

5º) Desceu à sepultura = Jonas 2:6
Assim foi que Jonas mesmo declarou estar dentro do peixe quando orou a Deus. Algumas traduções ainda usam a palavra cova. Porque, afinal, ele se suicidou! Até mesmo pela comparação que Jesus faz com sua morte e ressurreição, não é descartada a possibilidade de literalmente Jonas ter ressuscitado depois de 3 dias e 3 noites dentro do peixe! Barriga de peixe não deve ser nada confortável para se viver, mas bem apropriado para se morrer! Concordam? Para matar toda as pretensões e rebeliões! Para fazer morrer toda desobediência e concupiscência! Porém, por outro lado o ventre era o lugar ideal para nascer de novo! Nascer uma nova criatura quebrantada e transformada! Nascer uma nova chance com uma nova oportunidade! O peixe devia ser muito grande mesmo, mas a paciência do nosso Deus é enorme!! Jonas desceu até a morte! Desceu até o máximo da queda livre! Desceu com o declínio da própria vida! Só aí então é que pôde começar a subir novamente! Olha o que o próprio Jonas disse: “... contudo, fizeste subir da sepultura a minha vida, ó Senhor, meu Deus!” (2:6). Só um Deus mesmo como o nosso Deus!! Parece que ele estava com Jonas amarrado por uma cordinha... e ia dando corda... ia dando corda... Jonas ia descendo... ia descendo..., mas sempre seguro pela “cordinha”. Muitas vezes nem sabemos até onde podemos ir, mas Deus sempre sabe até aonde nos deixará chegar! Na hora certa e da maneira que só Ele sabe, a corda será puxada e milagrosamente ele nos fará novamente subir! Essa é a miseri...corda de Deus!!!
Se é para descer, que desçamos do nosso orgulho, do pedestal que nos impede de nos humilhar em obediência às ordens divinas.
E se é para subir, que subamos levantados pelo Senhor nosso Deus!


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XIV REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS

MAPEANDO NOSSA VIDA


Muitas vezes, as áreas geográficas que vivemos podem simbolizar áreas de nossas vidas que denunciam nossas verdadeiras realizações. Vamos meditar sobre alguns pontos de encontro que Deus marcou para ver a atuação do profeta em foco:

Em Israel, Terra da promessa, Cidade de Deus, solo sagrado
É quando estamos diante de Deus na nossa vida eclesiástica
Jonas se mostrou desobediente e rebelde ao seu chamado ministerial
Inconstante na sua fé, infiel à sua missão, incapaz na sua pregação

No navio, representando a tripulação social ou também o meio ambiente
É quando estamos diante dos homens na nossa vida cotidiana
Jonas se revelou indiferente às necessidades e perigos ao redor
Incrédulo quanto à salvação dos perdidos, culpado quanto à condenação dos ímpios

Na barriga do peixe, no nosso encontro a sós com nossa alma
É quando estamos diante de nós mesmos e de mais ninguém
Jonas ainda se mantinha superficial mesmo nas profundezas do coração
Exteriormente arrependido mesmo no seu mais íntimo interior

Na praia, ou em qualquer outro lugar que não deveríamos estar
É quando estamos diante do desconhecido, perdidos em terra estranha
Jonas devia estar desfigurado após ter sido vomitado pelas adversidades
Chamado novamente para a recuperação de uma segunda chance

Em Nínive, campo inimigo, território adversário e ameaçador
É quando estamos diante do Diabo na tentação de cada dia
Jonas estava aliado ao Destruidor ao invés de defender os destinados à subversão
Promotor do pecado, sentenciador do juízo ao invés de advogado do bem

Na colina à sombra da árvore, simbolizando o fim da linha
É quando estamos diante dos resultados recebendo o feedback
Jonas ainda se manteve obstinado, endurecido e cego para aprender com os erros
Irado, frustrado, cansado, terminou sua lição de vida reprovado!




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