INTRODUÇÃO
REFLEXÕES SOBRE O LIVRO DE JONAS
Alguns
anos atrás, foi realizada na igreja uma campanha de evangelização chamada Festa
das Águas.
Para
quem nunca ouviu falar, tratava-se de uma mobilização geral na igreja com o
propósito de alcançar uma meta de 1000 novos convertidos durante 3 meses que
seriam batizados nas “águas” ao término da campanha. Para isso foram levantados
20 “capitães de grupos” os quais se responsabilizaram em criar e organizar
estratégias para que o alvo fosse atingido. Para acompanhar o termo “Festa das
Águas”, foram combinadas várias nomenclaturas características. Os integrantes dos
grupos eram chamados de “pescadores” e os novos convertidos, claro, eram os
“peixes”. Cumprimos assim a vontade do Senhor; “E disse-lhes: Vinde após
mim, e eu vos farei pescadores de homens.” Mateus 4:19
Naquela
ocasião eu fazia parte da “Equipe Salva-Vidas” liderada pelo meu marido. Entre
muitas bênçãos obtidas neste projeto, uma delas foi a nova revelação que recebi
do Senhor estudando o Livro de Jonas.
Não
me lembro se foi proposital ou casual ter escolhido este livro para reler nos
meus devocionais diários naquela época, mas certamente Deus sempre tem os seus
planos e propósitos bem definidos. O que eu sei é que a cada leitura bíblica
que fazia sobre a vida deste profeta, Deus me inspirava a escrever lições
extraídas de detalhes que, até então, não haviam sido notadas e que tão
perfeitamente se relacionavam com as questões que estávamos vivendo naquele
intenso clima de salvação de almas, principalmente por só falarmos em “peixes”
e em “águas”.
Recentemente,
voltei a reler o livro de Jonas na minha sequência de leitura bíblica e desejei
rever também os apontamentos registrados naquela oportunidade e novamente fui
abençoada e o Senhor ainda me acrescentou outras novas revelações que agora
desejo novamente compartilhá-las aqui.
Então, convido você a estudar comigo o
pequeno Livro de Jonas, um dos profetas menores do Velho Testamento.
O livro tem apenas 4 capítulos e vale a pena
você acompanhar estas reflexões com sua Bíblia aberta.
Algumas
mensagens estão na íntegra como enviava semanalmente para todos os “capitães” e
“pescadores”, por isso achei necessário a explicação acima para você, leitor,
se situar no contexto. Outras se adequavam perfeitamente a “datas
comemorativas” também da época relacionadas perfeitamente ao evento. E outras
ainda, foram adaptadas às novas versões independentes do evento que deu origem
a estes estudos.
Louvo
a Deus pelo seu interesse em pesquisar mais sobre este tema e espero que estas
reflexões também lhe transmitam lições preciosas e descobertas maravilhosas
para a edificação da sua vida cristã.
Marina M. Kumruian
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I REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
O TEMPO E O MODO DE DEUS
Um dos princípios básicos que refletem a
soberania de Deus é que para tudo Deus tem sempre o tempo certo e o modo
perfeito para fazer todas as coisas (Eclesiastes 3:1). E como continua o texto
bíblico: “Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e
tempo de edificar... Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo
de paz.” (Eclesiastes 3:3,8).
Nunca deixe de observar isto! Se hoje você
está dedicando seu tempo para ler, ou para escrever, para falar ou para
ouvir... enfim, creia que Deus tem sempre um propósito específico nisto ou
naquilo que fazemos e devemos remir o tempo de acordo com estes propósitos
divinos.
Mas a Palavra de Deus também nos ensina a
pregar e ensinar a tempo e fora de tempo (II Tim. 4:2), como se para a Palavra
o tempo estivesse sempre à disposição! Porém, infelizmente, não é o que a
maioria de nós tem experimentado.
Veremos esta realidade na vida do personagem
central deste livro: Jonas. No entanto, ele servirá sempre de um espelho para
cada um de nós! Em algumas cenas será um exemplo positivo, mas em outros
momentos nos ensinará por meio dos seus erros. Assim é com todos nós, ninguém é
perfeito, todos temos falhas e todos temos virtudes. Esta é outra lição muito
importante que precisamos aprender na vida: nunca dê nota “zero” para ninguém e
jamais isente qualquer ser humano de falhar. Todos nós não somos totalmente
errados e nem de todo perfeitos!
Portanto, sempre que tomarmos o nosso
“paradigma Jonas”, vamos ser cautelosos em compreender suas duas naturezas
idênticas as nossas: a nova e a velha, a boa e a ruim, a forte e a fraca, a
certa e a errada, e assim vai...
Pois bem, Jonas não se atentou para o tempo e
o modo de Deus na sua vida!
Lá estava ele em Jerusalém, exercendo seu
ministério de profeta no reino do Norte até o tempo que Deus lhe envia uma
ordem mudando seus planos. Adiantando a história, já sabemos que ele fugiu, ou
melhor, tentou fugir deste tempo novo na sua vida e deste modo diferente de
ministrar. E esta recusa do servo de Deus trouxe muitos transtornos!
Assim é também conosco, não somos nós que
fixamos nossas estacas no tempo e no modo do nosso viver determinando nossa
agenda. É Deus, sem dúvida!
Nossa vida é sempre acompanhada das famosas
questões: Quando? Como? Onde? Por que? E só Deus tem as respostas certas para
cada uma delas. Claro que Ele nos dá a liberdade de escolher e responder, mas
nem sempre gabaritamos! A vida não é um teste, é sim sim ou não não. As
“alternativas” de múltiplas escolhas são opcionais, mas quando entendemos o
senhorio de Jesus Cristo em nossas vidas acertar as decisões é obrigatório!
Era tempo de Jonas “amar” os ninivitas, mas
ele ainda “odiava” a Assíria! O tempo de “guerra” para eles tinha passado, Deus
estava dando agora um tempo de “paz”, mas o conflito no coração teológico do
profeta batalhava no campo da sua mente patriota! Sua memória trazia a
lembrança os tempos de “matar” que estes inimigos decretaram contra Israel
impossibilitando-o de viver o tempo de “curar” estas feridas e liberar este
perdão! Sua visão curta o fazia apenas enxergar o tempo que “derrubaram” seus
muros deixando-o cego para a possibilidade de “reconstruir” uma ponte de
ligação!
Tudo tem o seu tempo!
Quero lhe afirmar que certamente haverá um
tempo de paz após suas longas batalhas, porque Deus sabe até quanto podemos
suportar. O importante é você não explodir esta paz com as bombas da
incredulidade! Ainda que muito, ou tudo até, tenha sido destruído, Deus é capaz
de reconstruir em “três tempos” o que já não existe (Mateus 27:40)!
Acerte seu relógio com os ponteiros divinos.
Não pare no tempo e nem avance além do previsto. Quando Deus lhe enviar uma
ordem, não se atrase em cumpri-la. Tentar ganhar tempo fugindo da hora marcada
de Deus é perder tempo!
Hoje sempre será o tempo certo de viver o
plano de Deus em nossas vidas do modo como Ele quiser!
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II REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
LEVANTA!!!
Um dos benefícios de se estudar o Livro do Profeta Jonas é
que ele nos desperta e nos motiva a sair da posição cômoda de apenas ver só
Deus agindo na salvação de almas ou só alguns poucos evangelistas e
missionários nesta Grande Comissão.
Ele vem
para mim e para você e nos cutuca também dizendo: “Levanta, vai ao
mar e pregue o evangelho!”
Da mesma
forma, Deus foi confrontar o nacionalista e exclusivista Jonas com esta mesma
ordem: “Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive...” (Jonas 1:2)
Na certa,
Jonas pensou: “Ah, não! Está tão bom aqui em Israel, profetizando para o meu
povo, sob as vistas do meu rei. Essa não! Deus não vai tirar o meu
sossego.”
“E
Jonas se levantou”, diz o verso 3, mas não para obedecer e ir onde
Deus havia mandado, mas “se levantou para fugir de diante da face do
Senhor.”
É obvio que
nenhum de nós teria esta infeliz pretensão de “fugir de diante da face do Senhor”,
mas confesso que pensamos em fugir da responsabilidade do “ide”. Nem pensar!! “Tô
fora”, pensamos. E até onde eu sei, não fomos os únicos que pensamos em
fugir desta trabalhosa pescaria. Só que, se Deus está neste negócio e
determinou nossa parceria, chegamos a sábia conclusão que é melhor ir pescar do
que ser pescado!!
Mas o
obstinado Jonas não tomou esta decisão, antes, decidiu ir para o mar, e o mar
se revoltou em protesto a covardia deste errante navegante. Ao invés de levar
salvação para os homens, ele estava sendo a causa da perdição para toda uma
tripulação que, indefesa, “clamava cada um para o seu deus.” (v.5)
E
Jonas, nesta grande tempestade? Dormia no porão do navio! Nada semelhante ao
descanso tranqüilo do Mestre no Mar da Galiléia. Era um sono apático de quem
dorme em serviço, de quem não se incomoda com as perdas e danos ao redor de si.
Um profeta tão adormecido em si mesmo que nem se lembrou de orar ao seu Deus
por livramento, nem ainda com a provocação dos pagãos: “Levanta-te,
invoca o teu Deus...” (v.6).
Nossas
vidas também devem estar sendo sustentadas por orações e que elas não cessem
nem na tempestade e nem na bonança.
Mais
uma vez o profeta não atende a sugestão de se levantar e orar, pelo contrário,
ele tem uma idéia tão suicida que jamais deveria passar por uma mente sã: “Levantai-me
e lançai-me no mar...” (v.12).
Isto sim
que é preferir sacrifício em lugar de obediência (I Sam.15:22).
Sua
religiosidade professava temor a Deus (v.9a), mas seu temor ficou bem mais
caracterizado como um medo inconseqüente e insubmisso em sua fuga amedrontada.
Este
incoerente fariseu do A.T. mesmo sabendo que o Senhor era o Deus do céu (v.9b)
tentou “fugir de diante da face do Senhor”.
O teólogo
do patriotismo reconhecia que Deus era o criador do mar e da terra seca (v.9c),
mas não teve fé para pedir que Ele acalmasse os ventos e controlasse a
tempestade.
O
acomodado profeta então, que não se levantou para ir pregar, não se levantou
para orar, é levantado como causador da fúria do mar: “E levantaram
Jonas e o lançaram no mar...”(v.15)
Quando
resistimos a ordem de Deus, ficamos vulneráveis aos “levantes” do inimigo e
corremos o risco de passar por apertos tão grandes como a garganta de uma
baleia, onde por mais que tentemos, torna-se impossível levantar até que
sejamos cuspidos da condição de rebeldes engolidos, para libertos arrependidos.
Levantemo-nos com determinação e prossigamos para o
propósito para o qual fomos levantados nesta terra.
Levantemo-nos
para pescar o perdido e não seremos pescados pelos levantes do inimigo.
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III REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
PEIXES!
Um dos termos simbólicos usados na
evangelização para designar os novos-convertidos é o “peixe”!
Isto porque Jesus também nos identifica como “pescadores” de homens
neste imenso “mar” de gente no qual temos lançado nossas “redes”.
É comum,
como ilustrei na mensagem “Natureza Evangelística”, a utilização divina de
elementos da natureza para propósitos espirituais.
Nesta
reflexão quero chamar a atenção para o papel do “peixe” em
algumas cenas bíblicas para extrairmos mais algumas lições.
No livro de
Jonas, quando este foi jogado ao mar, diz que “o Senhor deparou um grande peixe”
(1:17). Fiquei pensando: Qual seria o verdadeiro propósito deste peixe? Engolir
o profeta e fazer dele pedacinhos de comida consumidos pelos sucos gástricos do
seu estomago sentenciando, assim, com pena de morte, a desobediência de Jonas?
Ou seria um peixe salva-vidas vindo da parte de Deus para
oferecer uma carona até uma praia, um porto seguro, distante o bastante para
dar tempo suficiente para o profeta se arrepender e atender ao chamado do
Senhor?
Como
nosso Deus é criativo!!! Incríveis são as maneiras que Ele inventa para salvar
os seus servos, e olha que até os desobedientes não ficam isentos de suas
“escoltas naturais” porém utilizadas, muitas vezes, de modos sobrenaturais! É,
porque, um fato como este acontecido com Jonas, é considerado por muita gente
como “estórias de pescador”. Confesso que se não estivesse na Bíblia eu mesma
iria catalogar isto como lenda ou fábula de muita imaginação! Mas, como dizem,
se a Bíblia afirmasse que Jonas engoliu uma baleia, deveríamos acreditar do
mesmo jeito porque está na Bíblia autenticado e canonizado pelo Espírito Santo!
Bom, para nós pode parecer difícil o
cumprimento deste “acidente”, mas para Deus, o que é “deparar” um peixe no
oceano? Para Ele, seria como achar um peixinho num pequeno aquário. Afinal,
quem foi que criou todos os peixes no quinto dia da criação foi Ele mesmo. Nada
difícil para o Criador achar uma de suas criaturas por mais escondida que ela
estivesse. Não duvido que aquele peixe tivesse até um nome que só Seu Criador e
ele conheciam para que, quando fosse chamado para uma missão especial, ouvisse
lá do céu a ordem de salvamento e obedecesse pronta e eficazmente. Se você
ainda duvida, Jonas 2:10 é bastante claro: “Falou, pois, o Senhor ao peixe...”
E não é só com peixes que Ele fala, não, já li que Ele falou também com uma
figueira!! Se fosse eu, você me chamaria de louca, né? Mas, como é o Senhor...
Outra alternativa, não querendo especular ao
extremo, mas há uma grande probabilidade na hipótese de que Deus tenha criado
este grande peixe justamente naquela hora, naquele lugar e para aquela única
finalidade. No dicionário, a palavra “deparou” significa fazer aparecer de
repente (Michaelis). Eu creio até que Deus chama a existência as coisas que
não existem para a realização dos Seus desígnios em prol do seu reino e dos
seus filhos.
O mesmo se aplica a ocasião em que Jesus
mandou Pedro tirar uma moeda da boca do primeiro peixe que pegasse o seu anzol.
Quer especular? Quando e como será que Deus colocou a moeda bem na boca daquele
peixe, bem naquela hora e naquele lugar? Ou será que Ele já criou aquele peixe
“cheio da grana” para ser o caixa eletrônico a prova d’água daquela época? Acho
que era mais um outro peixe daqueles “nomeados e chamados exclusivamente para o
cumprimento de uma missão especial”?
Quer mais ainda?
Até agora falamos de um peixe
com um homem na barriga, mas o que dizer de uma multiplicação de peixes para
encher a barriga de uma multidão de homens, mulheres e crianças? O Deus da
provisão dá ao seu povo o seu alimento preferido e em abundância de uma forma
sobrenaturalmente maravilhosa!!!
Até agora falamos de um peixe
com uma moeda na boca que ajudou Pedro a pagar seus impostos, mas o que dizer
de um cardume enorme mandado sob encomenda ao lado direito do seu barco para
abençoar milagrosamente a sua “microempresa de pesca” ajudando-o a pagar todas
as suas dívidas e ainda poder dividir com os colegas de trabalho?
Este é o nosso Deus! O mesmo Deus que nos
ordena ir ao encontro de “peixes-almas” para encher o reino dos céus com vidas
salvas do pecado e do inferno, é o mesmo que faz vir ao nosso encontro os
“peixes-provisões” para enriquecer os nossos lares salvando nossas vidas da
fome e da miséria.
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IV REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
O VENTO!
Na reflexão
passada, a personagem em cartaz foi o “peixe”, lembram? E, por
falar em “peixe”, como anda sua pescaria? Acredite, estou
“torcendo com orações” por cada um de vocês! Espero que a recíproca seja
verdadeira!
Bem, nesta
reflexão, vamos continuar neste mesmo raciocínio (se é que isso é racional) de
ver a natureza em obediência aos comandos do Comandante do Universo.
Pois é, no livro de Jonas, lemos também sobre
este fenômeno: “Mas o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se
no mar uma grande tempestade...” (1:4). Alguns versículos antes, o mesmo
Senhor mandou Jonas ir para Nínive, mas, como já sabemos, ele não foi! Será que
ele não ouviu mesmo com seus ouvidos fisicamente visíveis e sadios? Poderíamos
acreditar que o vento sabe ouvir a voz celestial melhor que um homem são
que ainda não aprendeu a obedece-la? E o que é pior ainda, Jonas foi em direção
contrária à ordem do Senhor! O vento, porém, não encontrou dificuldade
em mudar de direção e, sem resistência, soprar no sentido oposto com a força
necessária para desencadear uma tempestade no céu e uma agitação no mar. Isto,
sim, é uma prova de obediência incontestável.
A Bíblia descreve este tipo de “surdos
orelhudos” quando diz: “E neles se cumpre a profecia de Isaías (6:9), que
diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e vendo, vereis, mas não
percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado
com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com
os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu os cure. Mas
bem-aventurados os vossos ouvidos, porque ouvem, e os vossos olhos, porque
veem.” Mateus 13:14 a 16
Jonas ouviu, sim, com seus ouvidos entupidos
pelo sebo da ignorância, mas não compreendeu a urgência da ordem de quem lhe
falou. Seus olhos embaçados pela covardia não o deixaram perceber a autoridade
de quem lhe falou. Seu coração endurecido pela insensibilidade impediu que ele
sentisse a paixão de quem lhe falou!
O mesmo Senhor está falando aos nossos
ouvidos aqui agora, e seremos bem-aventurados se lhe dermos ouvidos, mesmo que
tenhamos que ir para direções que preferiríamos evitar, mesmo que tenhamos que
soprar sobre mares distantes. Eu posso ouvir melhor que os ventos!
Jesus comparou aquele que é nascido do
Espírito com o vento, porque o Espírito o assopra para onde quer, mesmo
que ele não saiba para onde vai e nem donde vem (João 3:8).
Seja um vento que sopra no mover do
Espírito nesta sua missão de evangelização, ainda que seja preciso provocar uma
tempestade durante a navegação para que os que estiverem no barco reconheçam “Aquele
que até o vento e o mar lhe obedecem”.
Seja um vento que assopre a semente do
amor de Deus em terras férteis para transforma-las em Jardins do Senhor, que de
tão perfumados, espalharão o bom cheiro de Cristo em brisas suaves.
Seja um “vento calmoso” enviado da
parte de Deus (Jonas 4:8) para refrescar o deserto de muitos perdidos que
estão sufocados pelo calor opressor do pecado.
Seja um vento em movimento, não
um ar parado, pesado em seu ambiente fechado. Abra as janelas da sua vida e voe
em direções indicadas pelo Espírito Santo de Deus, com certeza Ele deslocará
você do vale para os mais altos montes e você se “sentirá nas nuvens”!
Seja um vento restaurador que acalme
as águas do dilúvio que tem afogado os pecadores neste mundo cruel (Gn.8:1).
Seja um vento impetuoso que levante as
águas do mar da vida para um povo vitorioso passar sobre terra firme (Ex.
15:10).
Seja um vento provedor que traga
alimento para uma multidão faminta se fartar e nunca mais murmurar diante do
Jeová-Jire (Nm. 9:31).
Seja um vento revigorador que assopre
dos quatro cantos da terra sobre um vale de ossos secos e os transforme em um
grande e poderoso exército sob o comando do nosso General, saqueando, assim, o
inferno e povoando o céu (Ez.37:9)!
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V REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
A ABOBOREIRA
Temos
visto a soberania de Deus agir na criatura humana e em toda a criação divina
revelando lições de vida que edificam e trazem discernimento espiritual para
lidar com nossas experiências diárias.
Só nesta
pequena porção da Palavra de Deus encontrada nos 4 únicos capítulos do Livro de
Jonas, deu para notar como o desejo de Deus é diferente da vontade humana, como
os pensamentos de Deus são mais elevados que os nossos pensamentos e como os
sentimentos do Senhor são mais nobres do que as nossas pobres emoções.
É
difícil confessar, mas semana passada me senti tão aborrecida quanto Jonas no 4o
capítulo. Chorei, chorei muito porque a “aboboreira” que o Senhor fez
nascer para mim e que tanto me fazia bem tinha morrido! Estava zangada com o bicho
que a comeu, com o Senhor que mandou o bicho comer, com o sol que estava
me deixando de cabeça quente, com o vento quente e abafado que estava me
sufocando (4:4 a 9).
Como é
fácil assistir com olhos críticos a ira de Jonas. Como é simples condenar seu
descontentamento por causa da perda de uma planta. Percebi que o Senhor não
quis dar uma lição só para Jonas com o incidente da aboboreira. Ele quis
me ensinar também e não só na teoria, mas na experiência própria. Eu poderia,
como já tenho feito aqui, escrever sobre “As lições de vida do livro de
Jonas”, mas o Senhor quis mais que isso, quis que eu vivesse, quis que eu
provasse e sentisse na pele. E sabem a que conclusão eu cheguei? Eu sou
igualzinha a Jonas! Já notou se você também tem suas semelhanças? Pense bem:
Vivemos
muitas vezes na mediocridade de sentimentos regidos por valores transitórios.
Como Jonas se alegrou em extremo com a sombra da árvore (4:6), nós também
potencializamos uma felicidade passageira e deixamos de nos alegrar com a
eterna. Jesus disse: “alegrai-vos, antes, por estar o vosso
nome escrito nos céus” (Lc. 10:20). Com isto Jesus estava querendo ensinar
que, antes de tudo, acima de tudo, o nosso gozo só seria completo quando nos
alegrássemos primeiro por ter nossos nomes escritos no céu. De lá ele não vai
sair! Para lá é que iremos viver para sempre com ou sem “aboboreiras
passageiras” nesta terra. Sejam quais forem as suas “aboboreiras”, você
pode se alegrar com os benefícios que ela oferece, mas elas não são eternas,
não são duradouras, não é o motivo principal e condicional da nossa alegria,
porque mesmo que elas morram, nossa alegria não vai morrer com elas, antes vai
perdurar! No decorrer da nossa vida desfrutaremos de muitas “aboboreiras”,
mas elas vêm e vão, da mesma maneira que nascem, morrem. Da mesma forma,
enquanto estivermos neste mundo iremos constantemente ter que superar as
“mordidas infernais” que são enviadas para matar, roubar e destruir. Neste
ciclo de ganhos e perdas, não podemos ser levados por lágrimas e sorrisos como
crianças inconstantes. Temos que ter a convicção de que este “bicho” só
pode matar o que já está destinado à morte e assim, poderemos conservar a nossa
alegria eternamente.
Como
Jonas desmaiou e desejou a morte quando sentiu o calor do sol (4:8), nós também
desfalecemos e desejamos desistir de tudo quando sentimos a “coisa esquentar”.
Subestimamos a estrutura que Deus confiou em nossa nova natureza e concluímos
que não poderemos suportar, que chegou no nosso limite! Que nada! Foi só mais
uma mordidinha do bicho dos infernos! Não se aflija com os seus ataques!
Ele pode morder e matar nossas “aboboreiras”, mas jamais ele poderá
morder a nossa Videira Verdadeira e nunca poderá matar a vida e a alegria que
Ela nos oferece!
Quando
eu chorava as perdas das minhas “aboboreiras”, o Senhor falou bem forte
no meu coração: “É razoável este teu ressentimento?” (4:4). Bastante
contrariada, ainda quis argumentar, minhas razões e emoções humanas defendiam a
minha causa, mas os pensamentos e os sentimentos divinos me condenavam quando,
pela segunda vez, o Senhor me confrontou: “É acaso razoável que assim te
enfades por causa da aboboreira?” (4:9).
Foi como se aquele sol quente que me
incomodava, agora começasse a “fritar” meus valores invertidos iluminando os
sentimentos desequilibrados do meu coração. Eu me derreti na presença do
Todo-poderoso e deixei que Ele refrigerasse a minha alma. Era como se eu também
pudesse ouvi-Lo dizer: “Marina, você está triste por suas perdas materiais,
emocionais, artificiais, temporais que existem ou deixam de existir por Minha
vontade e não por sua causa e não hei de eu estar triste pelas muitas almas que
se perdem contra a Minha vontade mas por causa da sua omissão em levar-lhes a
minha salvação?” (4:10) Isto, sim, foi mais que uma mordida, foi um puxão de
orelha que me levou a chorar ainda mais, porém, desta vez, levada por uma
paixão nobre pelas almas. E não parou por aí, ele continuou: “Marina, você se
alegra com as bênçãos que eu faço nascer em sua vida, benefícios que começam ou
acabam conforme Minha determinação e não de acordo com a sua condição e não hei
eu de fazer festa aqui no céu quando um pecador se arrepende determinado a
mudar de condição?” (4:11) É verdade, Senhor!
Foi aí que eu me calei e dispus no meu
coração estabilizar minhas emoções, sentimentos e valores medíocres nos
parâmetros divinos e não mais na escala de valores oscilante que nossa
mentalidade carnal priorizou!
Vamos acabar com a tristeza levando aos
perdidos a verdadeira razão da nossa alegria!
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VI REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
JONAS & JESUS
Continuando
as nossas reflexões sobre o Livro de Jonas, faremos uma comparação bastante
oportuna do profeta do Antigo Testamento com o Messias do Novo Testamento.
Todos
nós sabemos que Jonas tipifica Jesus Cristo. O próprio Jesus faz menção em
Mateus 12:38 a 41: “Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará
outro sinal, senão o do profeta Jonas, pois como Jonas esteve três dias e três
noites no ventre do peixe, assim estará o Filho do Homem três dias e três
noites no seio da terra.”
Vamos
também tentar nos enquadrar neste paralelo entre Jonas e Jesus. Qualquer
semelhança é mera coincidência ou pura coerência?
1º)
Jonas, Jesus e eu (para não dizer “nós”), fomos chamados para executar uma
missão evangelística em cumprimento à vontade de Deus.
Jonas,
à princípio, desobedeceu e, rebelde, fugiu de diante da face do Senhor.
Jesus
desde o princípio foi obediente e, fiel, andou diante da face do Senhor.
Quanto
a nós, fica a cargo de cada um se enquadrar nas mesmas condições e formular
suas respostas para esta e as demais questões a seguir...
2°)
Jonas e Jesus foram comissionados em direção a pessoas rebeldes, pecadores e
até, muitas vezes, indesejáveis.
Jonas
odiava os ninivitas e repugnava a ideia de serem perdoados.
Jesus
amou a humanidade dando a Sua vida por ela e tomando para Si o seu castigo.
3º)
Jonas e Jesus enfrentaram uma tempestade em alto mar.
Jonas
dormia o sono da apatia. Nem sequer orou ao seu Deus como recomendou a
tripulação. Sua solução foi afundar-se na revolta do mar.
Jesus
descansava o sono da paz. Em resposta à súplica dos discípulos, acalmou o vento
e sossegou a tempestade. Ele pôde andar por sobre as águas!
4º)
Jonas e Jesus combateram a morte por 3 dias e 3 noites.
Jonas
foi tragado por um grande peixe e, provavelmente, desfigurado pelas condições
impróprias da sua temporária moradia, enrolado por algas e sufocado pelas
ondas.
Jesus
recebeu condições especiais para ser colocado em um sepulcro novo e aberto na
rocha, envolto em um fino e limpo lençol, não provou a corrupção.
5º)
Jonas e Jesus oraram a Deus diante da morte.
Jonas,
na sua angústia, apercebido de sua insensatez e teimosia, gritou por socorro e
arrependido prometeu pagar seus votos.
Jesus,
na sua oferta voluntária, morrendo pelos pecados que jamais cometeu, suplicou o
perdão de Deus a nosso favor pagando a dívida que nos condenava.
6º)
Jonas e Jesus foram salvos da morte.
Jonas
foi enojadamente vomitado para uma segunda chance de, em obediência a ordem
divina, proclamar o juízo sobre a grande cidade de Nínive.
Jesus
foi gloriosamente ressuscitado para viver para sempre e, em vitória sobre a
morte espiritual, proclamar a salvação eterna para todo o mundo.
7º)
Jonas e Jesus alcançaram os mesmos objetivos, porém não com os mesmos
resultados.
Jonas
pregou contra Nínive, no entanto ela creu em Deus e, arrependidos, seus
moradores se humilharam e, por se converterem dos seus maus caminhos, Deus não
a destruiu.
Jesus
pregou e provou o amor de Deus ao mundo, no entanto os seus não o receberam,
“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus, a saber: aos que creem no seu nome.”
8º)
Jonas e Jesus receberam o feedback de
Deus após concluírem suas missões.
Jonas
aborrecido e descontente saiu da cidade, fez uma cabana, assentou-se debaixo de
uma planta. Alegrou-se ao extremo por ter uma sombra e entristeceu-se até a
morte por sofrer o calor do sol. Contrariado com o final feliz que Deus deu aos
seus inimigos, sua história encerra-se no desconhecido final de quem nem sequer
respondeu diante da manifestação do amor de Deus.
Jesus
foi triunfante recebido pelos anjos na glória, está preparando mansões
celestiais e assentou-se no trono à direita do Pai. Alegra-se em santificar
para si um povo exclusivamente seu que descansa à sombra do Onipotente e se
comove com paixão pelos pecadores que ainda perecem nas trevas sendo Ele mesmo
o Sol da Justiça. O final feliz da Sua história ainda está por vir, quando
exaltado em majestade e glória reinará por toda eternidade.
Eu
e você estaremos para sempre com Ele. Podemos apressar Sua vinda pregando este
Evangelho do Reino em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então
virá o fim!
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VII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
mais JONAS & JESUS
Vamos refletir mais um pouco ainda sobre um
reflexo inverso, como se Jonas fosse o espelho contrário de Jesus!
Jonas foi comissionado para uma cidade
Jesus foi enviado para o Mundo
Jonas desobedeceu até quase a morte
Jesus obedeceu até a morte e morte de cruz
Jonas fugia para longe de diante da face do
Senhor
Jesus era Deus e manifestou a presença de
Deus na Terra
Jonas desceu da terra para as profundezas da
humilhação
Jesus desceu para a terra e subiu para as
Alturas em exaltação
Jonas dormiu no navio o sono da culpa de mal
com tudo
Jesus descansou no barco o sono da paz de bem
com a vida
Jonas acalmou o temporal com a confissão de
réu
Jesus repreendeu a tempestade com a palavra
de fé
Jonas foi lançado ao mar para a perdição
Jesus andou sobre as águas para a salvação
Jonas foi achado no mar como comida para a baleia
Jesus achou no peixe provisão e alimento para
os famintos
Jonas sofreu 3 dias e 3 noites na barriga do
grande peixe
Jesus morreu na sexta-feira, descansou no
sábado e triunfou no domingo
Jonas depois finalmente percorreu Nínive
pregando a destruição em 40 dias
Jesus ainda depois de ressurreto permaneceu
40 dias confirmando sua missão
Jonas irado ficou desgostoso com o
arrependimento e conversão dos pecadores
Jesus glorificado viu o fruto do penoso
trabalho de sua alma e ficou satisfeito!
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VIII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
O AMOR DE DEUS
Gostaria de
refletir ainda um pouco mais profundamente sobre a razão do “sinal de Jonas”,
sobre o tema central da história relatada no livro de Jonas e em todo o Livro
Sagrado, sobre este tão imenso e incomparável amor de Deus provado na
morte de Cristo.
É simples todos nós
admitirmos o amor de Deus pelo homem, mas é impossível dimensiona-lo. É
comum atribuirmos a Deus o título de Misericordioso e Compassivo, porém é muito
difícil enumerar as infinitas provas e manifestações destes atributos em nossa
vida! Como é natural para nós pregar com nossos lábios este gigantesco amor
de Deus, mas como é sobrenatural experimenta-lo e transmiti-lo na prática
do nosso viver diário!
Nínive, no livro de
Jonas, é o 1o alvo do amor de Deus. Se formos buscar na
história razões pelas quais ela merecesse atrair o amor e a atenção de Deus
jamais poderíamos encontrar 1 motivo racional. Nínive, como relata Naum 3:1,
era uma cidade sanguinária, daquelas que praticavam as maiores atrocidades com
seus inimigos e cativos, incluindo nesta categoria o próprio povo de Israel, o
que explica a revolta do comprometido patriota Jonas em ter que levar a mensagem
de Deus para esta indigna e cruel opressora. Temos explicações e argumentos
para negar o nosso amor ao nosso inimigo, ainda que ele seja o nosso próximo,
no entanto Deus ama sem argumentos e sem explicações. Deus ama não pelo que
somos, fazemos ou temos, mas Ele nos ama pelo que Ele é! Deus ama porque Ele é
amor. E só um amor assim perfeito poderia constranger toda uma cidade maligna a
se arrepender, “crer em Deus, proclamar um jejum, vestir-se de pano de saco,
clamar fortemente a Deus e se converter cada um dos seus maus caminhos e da
violência que havia em suas mãos.” (3:5,8). Só um amor assim perfeito
poderia ver, considerar e perdoar toda uma cidade anulando por meio de sua
infinita misericórdia o castigo que já havia sido determinado. Este
incondicional amor de Deus nos ensina a não subestimar a Sua compaixão e
nem a conversão verdadeira dos mais rebeldes pecadores. Nínive teve a
oportunidade de experimentar e provar o misericordioso amor de Deus, mas
não perseverou. Passados 150 anos, de volta às práticas de outrora, outro
profeta, Naum, é levantado para, desta vez, apenas anunciar a sua definitiva e
total destruição, quando, então, já não havia mais espírito de arrependimento.
O amor de Deus não anula a Sua justiça!
Vemos ainda, no
primeiro capítulo de Jonas, o amor de Deus demonstrado também aos
inocentes marinheiros que enfrentavam a revolta do mar contra apenas 1 culpado.
Ainda que eles fossem pagãos, pois “clamavam cada um ao seu deus” (1:5),
suplicaram também a Jonas para “invocar o seu Deus, talvez ele se lembre de
nós e não nos deixe perecer” (1:6). Hesitando em lançar Jonas ao mar, eles
demonstraram mais temor a Deus do que o típico religioso profeta. Contrariados
por suas ações eles clamaram ao Senhor: “Ah! Senhor! Nós te rogamos! Não
pereçamos por causa da vida deste homem, e não ponhas sobre nós o sangue
inocente, porque tu, Senhor, fizeste como te aprouve.” (1:14). Deus teve
misericórdia daqueles atribulados navegantes e ofereceu socorro bem presente
salvando aquelas vidas do naufrágio. Este comovente amor de Deus nos
ensina a crer no poder da oração sincera e no pronto interesse divino no
bem-estar da humanidade. A tripulação teve a chance de experimentar e provar o
compassivo amor de Deus, “ofereceram sacrifícios ao Senhor e fizeram
votos” (1:16). Não sabemos se iremos encontrar com eles na eternidade, mas
a infidelidade dos homens não altera o valor caríssimo do amor de Deus.
E o que dizer do
longânimo amor de Deus pelo impaciente Jonas?
Praticante de uma
lista repugnante de provocações à paciência do Senhor, poderia mais ser
considerado réu de juízo do que a cidade em questão.
Desobediente à
ordem divina (1:2) tem ainda uma nova chance como resultado da paciência divina
(3:2).
Covarde diante do
inimigo (1:3) ainda recebe sustento e provisão do Senhor pelo caminho de 3
dias, ao fim dos quais Deus lhe assegura um destino promissor (3:4).
Ignorante em
relação à onipresença de Deus (1:3) ainda é alvo dos olhos celestiais mesmo em
direção contrária (1:4).
Apático frente às
manifestações da natureza (1:5) ainda é conservado em vida pela soberania
divina mesmo lançado nas profundezas dos mares (1:15).
Incrédulo com
respeito ao perdão de Deus (1:6) ainda lhe é concedida mais uma chance de
arrependimento (2:2).
Hipócrita ao
confessar sua fé (1:9) ainda foi preservado em nome da unção de profeta e do
chamado divino (1:17).
Inconsequente pelas
decisões escolhidas (1:12) obteve consequência favorável porque ainda não era
chegada a sua hora (1:10).
Incoerente nas
negociações de sua falsa oração de arrependimento (2:9) ainda foi ouvido e
atendido por um Deus que se mantém fiel e verdadeiro (3:1).
Temperamental ao
extravasar seus descontentamentos e ressentimentos pela salvação dos seus
adversários (4:1) foi ainda considerado merecedor de aprender mais uma lição do
Mestre da vida (4:4).
Insensível e
egoísta ao tentar manipular a graça e a piedade divina negando-as aos
verdadeiros necessitados (4:2) provou imerecidamente o cuidado providencial do
Criador do Universo (4:6).
Incompatível e
ingrato com o dom da vida que o Senhor lhe havia restituído (4:3) ainda
assistiu gratuitamente uma simulação encenada pela própria natureza sobre o
valor da salvação (4:7).
Obstinado em seu
péssimo mal humor sustentou e persistiu em sua teologia exclusivista até o fim
(4:9) mesmo ainda depois de sofrer a sábia disciplina do Senhor (4:10).
Jonas provou e
experimentou o imensurável amor de Deus, apesar do seu reprovado
comportamento.
Este inesgotável amor
de Deus nos ensina que não basta ser profeta do Deus de amor, é preciso ter
o amor do Deus da profecia.
Este ativo amor
de Deus nos prova que o verdadeiro amor não se expressa passivamente,
permanecendo comodamente em nossa zona de conforto.
Este universal amor
de Deus nos sinaliza que seu
alcance mapeia toda a humanidade independente de raças, tribos, línguas e
nações.
Este irresistível amor
de Deus nos convence e nos cativa
não por sermões longos e eloquentes, mas por uma aliança eterna que constrange
e atrai toda criatura desde o 6º dia da criação.
Este incomparável amor de Deus nos revela a diferença entre julgar
e amar, condenar e perdoar, punir e salvar.
Este maravilhoso amor de Deus nos assegura que somos amados não
pelo que fazemos, mas pelo que Ele é! Que somos amados não pelo que temos, mas
pelo que Ele é! Que somos amados não pelo que somos, mas pelo que Ele é!
Porque Ele é amor!
Deus amou o mundo! Jonas
odiou a cidade!
Deus deu seu Filho!
Jonas negou sua voz!
Deus ofereceu seu
perdão! Jonas reteve sua pregação!
Deus proporcionou
salvação! Jonas sentenciou a maldição!
Deus trouxe livramento!
Jonas levou sofrimento!
Os ninivitas
pecadores daquela geração e os marinheiros pagãos daquela embarcação
corresponderam mais e melhor ao amor de Deus do que o profeta da santa
nação que o desprezou. A falida religiosidade não compra o incalculável amor
de Deus!
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IX REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
ORAÇÃO!
O assunto em foco desta vez será “oração”.
É estranho ter que admitir, mas... parece que
nosso profeta aqui não era lá muito de oração.
De cara, no primeiro capítulo, Deus fala com
Jonas, mas não há registro de que Jonas falou com Deus. Sabemos que oração
é um diálogo entre Deus e o homem, e o interessante é que nesta passagem quem
“puxa conversa” com o homem é o próprio Senhor. No entanto, Jonas não responde
e, o pior, não obedece e foge do “papo”! Literalmente ele deixou Deus falando
sozinho porque preferiu “fugir de diante da face do Senhor!”
Cada reflexão desta em que eu vou
desmascarando cada vez mais este mascarado profeta eu me envergonho ao olhar-me
neste espelho. Fico imaginando quantas vezes o Senhor também me pediu coisas
falando bem suavemente no meu espírito e eu nem me dei o capricho de responder!
Quantas vezes Ele deve ter ficado esperando ouvir minha voz enquanto eu
continuava entretida nas minhas ocupações preferenciais! Quantas vezes Ele
falou ao meu coração e eu fiz de conta que não era comigo, ou tentava me
enganar achando que não era de Deus! Isso, é claro, quando se trata de uma
revelação da vontade de Deus na minha vida com a qual eu não esteja muito de
acordo ou muito disposta a atender. Mas, nem por isso eu, Jonas e, quem sabe,
também você, não deveríamos omitir nossa oração responsiva ao Senhor.
Vamos voltar ao paralelo com Jesus e ver como
ele orou ao Pai em João 12:27-28: “Pai, salva-me desta hora; mas para isso
vim a esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu que
dizia: Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei.” O início desta oração
prova que, humanamente, Jesus também não queria provar o cálice amargo da
vontade do Pai. Ele não omitiu isto ao Pai, mas logo imediatamente, reconheceu
que foi para isso mesmo que ele veio. Como aconteceu com Jesus, aconteceu com
Jonas e acontece conosco. Recebemos uma missão do Pai que, por motivos pessoais
e variados, muitas vezes, desejamos nos salvar destas incumbências, mas quando
isso não é possível não adianta fugir, temos que orar como Jesus desejando que
o nome de Deus seja glorificado por nossa obediência. Certamente ouviremos
novamente o Pai expressar com voz de trovão a Sua satisfação.
Jonas, que dizia conhecer o Deus do céu
(1:9), não orou nem na hora da provação, nem na hora em que todos no barco “clamavam
cada um ao seu deus” (1:5), nem na hora em que o mais incrédulo dos homens
disse “ora que melhora”, o que, em outras palavras, foi exatamente isso
que os marinheiros aconselharam Jonas e, nem assim, este homem de Deus ousou
usar a oração!
Só então, no fim do capítulo que se é feita
uma oração ao “Deus que fez o mar”, muito embora por homens que
não O conheciam, mas que, porém, ao constatarem o resultado de suas orações “estes
homens temeram ao Senhor e com grande temor ofereceram sacrifícios e fizeram
votos ao Senhor” (1:16). Quantas vezes, em meio às nossas lutas, tentamos
de tudo, apelamos para todas as armas, até que conquistamos a vitória
finalmente quando nos lançamos de joelhos em orações e súplicas.
Ainda que muito atrasado, Jonas, enfim,
começa o segundo capítulo em oração: “E orou Jonas ao Senhor, seu
Deus, das entranhas do peixe” (2:1). Isto me fez lembrar aquela outra
passagem que diz “o Senhor espera para ter misericórdia de nós”. Quase
que tarde demais, o Senhor ainda estava esperando para ouvir a oração de
Jonas e, por sua infinita misericórdia, respondê-la. Se não oramos na bênção em
concordância com a vontade de Deus, mais cedo ou mais tarde, estaremos orando
na maldição em arrependimento da nossa desobediência. Não obstante, ainda
assim, mesmo lá “do ventre do inferno” podemos gritar e o Senhor ouvirá
a nossa voz (2:2). Melhor seria não demorar tanto como Jonas que apenas “lembrou
do Senhor quando desfalecia sua alma” (2:7).
No terceiro capítulo é a vez do público alvo
da nossa minissérie orar ao único Deus capaz de mudar a história de toda uma
nação! “Desde o maior até o menor”, tanto “homens como animais
estarão cobertos de pano de saco (sinal de arrependimento e humildade), clamarão
fortemente a Deus (oração fervorosa e sincera), e se converterão
(resultado da oração)” (3:8). Mais uma vez Deus esperou para ter
misericórdia, agora, da cidade de Nínive. Mais uma vez Deus ouviu a oração.
Mais uma vez Deus respondeu e salvou o homem da destruição. Bendito seja Deus
que não rejeita a oração sincera do aflito e quebrantado!
As orações de Jonas no seu último capítulo
não merecem nem comentário. Leia você mesmo os versos 2 e 3 e se enoje. Não é à
toa que até a baleia tenha vomitado uma carne tão amarga e um coração tão
azedo! O Senhor tenta conscientizá-lo de tamanha incoerência, mas o diálogo que
se segue é inútil.
Jonas termina o último capítulo da mesma
forma que começa o primeiro: calado, em absurdo silêncio diante das
incontestáveis indagações do seu Deus! Isso é razoável??!!
Seja
você um homem e uma mulher de oração e... não querendo plagiar, mas...
“ora que melhora!”
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X REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
NÚMEROS!
Já se passaram 10 semanas desde a 1a
reunião de abertura oficial da II Festa das Águas em 3 de fevereiro!! E
nem parece, mas faltam 15 dias para o Grande Batismo em 1o de
maio!!
Nestas últimas 2 semanas, os 20
capitães, associados aos seus 50 pescadores, estão na contagem final!!!
A quantidade de peixes deve chegar a 1.000 na somatória geral de
todas as equipes!!
Diante de tantos números distribuídos por
tantas listas que passam e repassam por nossas mãos, vamos meditar sobre esta
questão: “números”.
Pode não parecer, mas Deus se preocupa com números.
Ele sabia o número de habitantes de Nínive: “não hei de eu ter
compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e
vinte mil (120) homens...” (4:11). Tenho certeza que Ele
poderia dar o número exato de homens, mulheres, crianças e, até “também
dos muitos animais”. A meta do Senhor era salvar mais de 120 mil
homens!
O objetivo desta reflexão é nos assegurar que
Deus controla todas as coisas, inclusive “os cabelos da nossa cabeça estão
todos contados” (Lucas 12:7). Como seria possível alguém pensar na
possibilidade de “fugir de diante da face deste Senhor”.
Quando Jesus vivia cercado de multidões, ele
sabia diferenciar e enxergar um por um, acredita? Uma prova disso
foi Zaqueu. Ele não conseguia ver Jesus, mas Jesus conseguiu vê-lo. A multidão
toda talvez nem tivesse notado aquele baixinho, mas Jesus notou, e notaria
ainda que ele estivesse enterrado embaixo da árvore. Deus vê nosso coração!
Outra prova é a mulher do fluxo de sangue. Quanta gente apertava Jesus, no
entanto Ele distinguiu um toque especial, o toque da fé, e destacou aquela
mulher de toda a multidão. Jesus também sabe contar. Ele curou 10
leprosos e quando apenas 1 voltou para agradecer Ele perguntou: “onde
estão os 9?” Será que estamos contados com a maioria ingrata, será
que fazemos a diferença na numerosa multidão que segue a Jesus? Será que somos
humildemente pequenos para Jesus conseguir nos enxergar? Será que você é apenas mais 1 na
multidão, será que você foi contado entre os 70 discípulos de Lucas 10,
passou pela seleção dos 12 apóstolos, alcançou a intimidade dos 3
mais chegados ou conseguiu ouvir o coração de Jesus reclinado em seu peito como
o discípulo amado. Na escola da vida cristã você é o 1o da
classe ou o último da fila? O Senhor está contando com você!
Nosso Deus é infinitamente grande, assim como
os números que não têm fim!
Ele sabia que Abrão não poderia contar as
estrelas do céu como Ele, contadas e conhecidas cada uma por seus nomes (Sl.
147:4), mas prometeu-lhe uma descendência numerosa com apenas 1 filho,
que gerou mais 2, e destes mais 12, e assim ficaram incontáveis
como a areia da praia.
Depois chegou a vez de Abraão pedir para o
Senhor contar os justos de Sodoma e Gomorra. E o Deus de misericórdia não iria
destruir uma cidade inteira por amor de 50, 45, 40, 30, 20, 10 justos
que se achassem naquele lugar. Porém a conta do Senhor não alcançou a
quantidade mínima da qualidade desejada na totalidade das cidades!
Criar um mundo todo em 7 dias é
habilidade apenas para o Trino Deus Todo-poderoso que planeja passar
toda uma eternidade não apenas com 144 mil selados e redimidos, mas com
todo um povo que aprendeu o que é perdoar 70 x 7 vezes por dia,
separar a 10a parte de toda sua renda, observando todos os 10
mandamentos e não adorando o número da besta.
Este Jesus, que morreu aos 33 anos de
idade, depois de 3 anos de ministério, foi vendido por 30 moedas
de prata, mas ressuscitou depois de 3 dias para ser o Salvador, não só
das 1.000 almas que estamos tentando pescar, mas de todo um rebanho do
qual eu e você fazemos parte em razão de Ele, um dia, ter deixado as 99
no aprisco para resgatar-nos das mãos do salteador!
Hoje, este nosso Senhor está vivo do outro
lado da margem esperando-nos com brasas vivas chegarmos com nossos peixes para,
então, nos dizer: “Trazei dos peixes que agora apanhastes. Simão Pedro
entrou no barco e arrastou a rede para a terra, cheia de 153 grandes
peixes; e, não obstante serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus:
Vinde, comei”. (João 21:10, 11, 12).
Está se aproximando, de fato, o grande dia em
que Jesus pedirá conta dos 5, 50, 1.000, enfim, dos “n”
peixes que apanhamos. Façamos como o apóstolo Paulo que “fez tudo para
todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns. E eu faço isso por
causa do evangelho”. (I Cor. 9:22, 23). Desta forma, sentaremos satisfeitos
à mesa do Senhor quando Ele chamar todos os capitães, pescadores e peixes para
as Bodas do Cordeiro com o triunfal convite: “Vinde, benditos de meu Pai,
possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”.
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XI REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
TIRADENTES
Estamos na semana da “Inconfidência Mineira”,
e neste dia 21 de abril comemoramos a morte de Tiradentes, considerado um
mártir da pátria brasileira! Dizem até que Décio Vilares pintou o retrato de Tiradentes aproximando
suas feições de uma gravura popular de Cristo, numa simbologia de mártir.
Na semana da Páscoa comparamos Jonas com
Jesus e encontramos pequenas semelhanças e desastrosas diferenças! A que
conclusões poderíamos chegar se, nesta semana, comparássemos Tiradentes com
Jesus, ou com Jonas, ou conosco?
Mesmo não querendo se aprofundar muito na
história do Brasil, sabemos que os “inconfidentes não tinham tropas nem armas para conquistar o
poder. Também não contavam com a participação do povo. As camadas mais baixas
não participaram da Inconfidência porque os líderes do movimento não tinham
planos para melhorar as condições de vida dos pobres (a maioria da população).
Não
havia entre os líderes da Inconfidência a intenção de acabar com a escravidão
dos negros. Se o movimento fosse adiante os negros continuariam sendo
escravizados e explorados pelos membros da classe dominante. A Inconfidência
Mineira não foi uma revolta de caráter popular. Visava apenas o fim da opressão
portuguesa que prejudicava a elite mineira. Não tinha como finalidade acabar
coma a opressão social interna que explorava a maioria do povo. Havia muitos planos e pouca organização para
realizá-los.” (*
Fonte: Educaterra.)
Com este breve resumo, dá para notar que esta
revolução ficou só na tentativa, sem nenhum êxito, sem nenhum resultado
revolucionário e benéfico para a nação brasileira! Tiradentes foi
condenado a forca sem nenhum triunfo, sem nenhum mérito. Suas “boas intenções”
de interesse pessoal e “elitizado”, na minha opinião, não mereciam um feriado
nacional. Muito mais digno de comemoração seria o dia 22 de abril, quando descobriram
nosso Brasil!
Porém, o que me levou a refletir nesta
analogia, foi a disposição destes homens, com risco de vida, de lutarem em prol
dos seus ideais.
Vemos em Jesus esta disposição a ponto
de dar sua própria vida como parte principal do seu plano revolucionário de
Salvação. Ele contava, sim, com tropas angelicais e tinha recebido todo poder
no céu e na terra. Seus planos visavam o bem-estar e a libertação de todas as
raças, povos, tribos e nações! Ele também foi traído pelo inconfidente Judas
Iscariotes, o qual sentenciou sua própria condenação suicidando-se com a forca
do remorso!
Já em Jonas, não vemos nenhuma
disposição para o cumprimento de sua missão. Suas semelhanças com Tiradentes se
limitam tão somente ao patriotismo e ao nacionalismo rigoroso que o levava,
também, a odiar e a se revoltar contra os fortes opressores que prejudicavam
sua nação mais fraca! Ele também arriscou sua vida, não em prol da salvação de
uma cidade inteira, mas apenas de uns poucos marinheiros. Não como prova de
amor em cumprimento a vontade de Deus, mas em demonstração de covardia em
resistência a missão divina!
E quanto a nós?
Eis-nos aí em tropas de 20 capitães, cada um
com seus pelotões de 50 aliados revestidos do poder do alto para contagiar todo
um povo a participar deste revolucionário movimento que é a Evangelização!
Nossos líderes visam alcançar os pobres de espírito, os escravizados pelo
pecado, os oprimidos pelo maligno e os explorados por Satanás! Levantamos nossa
bandeira do AMOR e nos organizamos na realização de planos e estratégias que
promovam o sucesso desta santa conspiração sobre o reino das trevas!
Tiradentes morreu enforcado sem, contudo alcançar seus
ideais.
Jesus pagou o preço na cruz, mas, contudo comprou a salvação
da humanidade!
Jonas tentou suicídio e, contudo ainda serviu de canal para
salvar
marinheiros e ninivitas!
Eu e você estamos vivos para, contudo consagrar
nossas vidas na salvação de mil almas!
Que sejamos considerados como mártires da
Pátria Celestial, pagando com o testemunho das nossas vidas a salvação com que
fomos comprados, levando o pecado ao suicídio e o pecador à vida eterna como
inconfidentes do grande mistério do segredo sagrado!
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XII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
PESCAR & APASCENTAR
Como já expliquei, quando compartilhei esta
reflexão, já estávamos na última semana do projeto de evangelização dos “1000
peixinhos” e em 3 dias estaríamos concretizando o projeto de batizar as mil
almas, certamente esperando nos reunir para o tão importante feedback
entre capitães, Equipe de Apoio, pastores e, acima de tudo e todos, diante da
avaliação do nosso Deus.
Então, sem querer me adiantar nas conclusões,
quis ressaltar nesta última reflexão uma lição muito importante já evidenciada
na I Festa das Águas, repetida nesta II, esperada em uma III e explicitamente
demonstrada em nosso livro de Jonas.
Confesso a vocês que o tema é bastante
preocupante e, sempre o foi de maneira mais pessoal e particular pelo meu
próprio perfil. De uns longos anos para cá, durante minha leitura bíblica,
comecei a ressaltar com círculos as palavras: perseverança, permanência,
constância e outras semelhantes. Isso porque notei como sou um pouco
inconstante e, tomando a liberdade de generalizar o ser humano, reconheço como
somos desistentes em muitos dos nossos propósitos.
Com certeza, você, pescador, não manteve o mesmo ritmo
durante todos esses 3 meses de projeto. Não há dúvida que algum ou alguns dos
seus peixes desistiram no meio do caminho, e o que me dói: quantos peixes
batizados na festa passada permaneceram até hoje??
Como vencer esta deficiência humana?? Eis a questão!!
Vejamos o perfil de Jonas: pelo seu chamado ministerial
ele deveria permanecer na vontade de Deus para sua vida, porém “deu prá trás”!
Pressionado pela 2a chance retomou o rumo. Sua mensagem produziu o
arrependimento e a conversão de todos ninivitas. Mais de 120 mil “peixes”
caíram de uma só vez nas redes de Jonas!! E o que ele fez com eles? Abandonou a
cidade e só ficou observando “até ver o que aconteceria à cidade” (4:5).
O profeta ministrou na função de profeta, mas não exerceu o pastorado, não
ofereceu o mestrado e nem se importou com o apostolado, porque não era um
evangelista, sua mensagem foi simplesmente: “Ainda quarenta dias e Nínive
será subvertida.” (3:4). Se ele fosse um capitão em nossa Festa das Águas,
mesmo relutante em atender a convocação, ele cumpriria mecanicamente a sua
função de pescador, contaria os dias para pôr fim ao prazo estipulado e viraria
as costas “até ver o que aconteceria à igreja”.
Jonas não viveu (eu creio) para “ver o que aconteceu à
cidade”. A Bíblia também não dá mais informações para sabermos por quanto
tempo durou a conversão dos ninivitas, mas sabemos que, aproximadamente depois
de uns 150 anos, ela de fato foi subvertida, destruída completamente
conforme descrito no livro do profeta Naum. Daí eu me pergunto: será que não
ficaram como ovelhas sem pastor? Será que não foram filhos gerados sem babás,
sementes espalhadas em um jardim aberto sem os cuidados do agricultor? E o que
dizer dos marinheiros? A palavra diz que “eles clamavam cada um ao seu deus”
(1:5), será que após a provação da tempestade eles reconheceram que só o Senhor
é Deus ou será que simplesmente adicionaram o Senhor à sua lista de deuses?
Onde estavam os discipuladores daquela época?
Irmãos, somos pescadores de peixes, sim! Mas somos
pastores de ovelhas também! Pedro foi convidado uma vez pelo
Senhor a se tornar um pescador de homens, sim (Mc 1:17)! Mas, ele foi ordenado
por três vezes a apascentar as ovelhas (João
21:15,16,17)! A nossa Grande Comissão não se resume em apenas “Ide, pregai o
evangelho a toda criatura”, mas continua com “ensinando-as a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt. 28:19,20)
Jonas não cumpriu o seu ministério até o fim.
Os marinheiros, provavelmente, não
participaram de um intensivão para reconhecerem o senhorio do único e
verdadeiro Deus!
Os ninivitas não possuíam sacerdotes do Deus
Vivo a quem se converteram e não tiveram as instruções que a nação santa
recebeu de Moisés como: “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração
e na vossa alma, (...) e ensinai-as a vossos filhos... para que se multipliquem
os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra...” (Deuteronômio
11:18,19)
Semana passada recebi um e-mail do Ministério
Jesus não Desistiu de Você no qual era apresentada uma estatística de 40
milhões de desviados no Brasil!!! Eu sei que a responsabilidade é pessoal, mas
será que o sangue de alguns deles não será requerido das minhas mãos? Será que
muitos destes não estavam inclusos nas metas de peixes das nossas festas, mas
que, porém não encontraram o berçário da peixaria? Será que foram peixes que só
receberam a isca em um afiado anzol e ficaram desnutridos por não receberem o
alimento sólido da Palavra de Deus?
Queridos irmãos, repito minha sugestão: Após
duas Festas das Águas, que tal promovermos agora a I Festa do Leite? Estaremos
com nosso berçário lotado se somarmos os recém nascidos dos últimos 6 meses!
São mais de 2 mil cordeirinhos para apascentar e vigiar para que não se desviem
do rebanho! Mais de 2 mil fraldas para trocar e mamadeiras para preparar! Mais
de 2 mil criancinhas espirituais para pegarmos pelas mãos e ensinar os
primeiros passos!
Capitães e pescadores, eu sugiro trocarmos
por um tempo as nossas redes e varas por chupetas e chocalhos. Entendem a
linguagem? Eu não quero comer peixe cru! Eu não quero abortar! Eu não quero dar
à luz filhos que voltarão para as garras das trevas por não serem acolhidos
pelo nosso colo.
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XIII REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
DESCENDO...
Como já sabemos, Deus tem planos de paz a
nosso respeito para nos dar o fim que desejamos (Jeremias 29:11), mas ainda
assim, nosso infiel livre arbítrio nos conduz justamente ao oposto do que
poderíamos experimentar se obedecêssemos incondicionalmente a vontade do Pai.
Provavelmente você também já deve ter ouvido
sermões do tipo: “Os 5 degraus de Jonas”, ou “Os 6 erros do profeta” e também
“As 7 descidas de Jonas”. Realmente é bastante notória esta sequência de
decadências de Jonas, por isso vale a pena recapitular e incluí-las nestas
reflexões. Que o mesmo Espírito nos ajude agora a juntos tentar descobrir por
entre estes 4 capítulos, como um “Jogo dos 7 Erros”, algumas destas
escorregadas que muitos de nós também podemos já ter experimentado:
1º) Desceu a Jope = Jonas 1:3
Jope era uma cidade portuária, ao nível do mar. Jope é
uma palavra de origem hebraica que significa “beleza”. Não que ela tenha algum
significado simbólico como o termo mais conhecido “descer para o Egito”, que
significa “cair no mundo”. Mas poderíamos aplicar o significado de Jope àquilo
que desejamos com os nossos olhos: “beleza”! Porém, nem sempre o que é bonito
aos nossos olhos nos levará a um final feliz. Poderíamos até contextualizar a
ideia de Jonas para os dias atuais: “Beleza, vou fugir para Jope!” Mal sabia
ele que a “bela” o levaria para a “fera”! Seria o começo da descida para o
destino final que o levaria às profundezas mais baixas da terra. Lá ele iniciou
sua partida no porto da desobediência. Seu roteiro não previa escala submarina
para baldeação no meio de transporte. Mas ainda que façamos os nossos planos,
quem os confirma ou cancela é o Piloto do Universo! Precisamos estar atentos
aos começos quando nos descuidamos e iniciamos nossos pequenos desvios de rota
e muitas vezes chegamos a nos perder tanto com os atalhos que não conseguimos
mais voltar ao bom, reto e seguro caminho. Descemos quando deveríamos subir!
Viramos para a esquerda quando deveríamos seguir para a direita. Retrocedemos
quando deveríamos prosseguir em frente.
2º) Desceu ao porão do navio = Jonas 1:5
É difícil tentar imaginar o tipo de embarcação que Jonas
estava viajando, mas provavelmente não era como um desses atuais navios
"chics" de turismo e nem a expectativa do profeta era se divertir
saindo de férias em um Cruzeiro Marítimo na cabine de luxo. Mas, dormir no
porão também não é das melhores opções para um servo de Deus! Aí é descer ao
nível dos ratos! Porão dá a impressão de lugar sujo e escuro, próprio mesmo
para quem quer se esconder! Aliás, se a tola intenção do profeta era “fugir para longe da presença de Deus”...
a onipresença do Senhor nada significava para Jonas! Talvez para ele Deus se
restringisse apenas em sua morada celestial, sendo assim, céu aberto para ele
jamais! Estaria “visível”! Se Deus habita nas alturas... a lógica é eu fugir
para o sentido oposto, descer ao ponto mais baixo de distância! E realmente,
quanto mais longe de Deus queremos ficar, mais sujos estaremos... mais nas
trevas ficaremos... mais dow nos
sentiremos... Confesso que algumas vezes tenho vontade de fugir, de me esconder
pelos menos por alguns momentos de tudo e de todos, exceto de Deus, é claro, e
procuro meu “porão”. Na verdade, costumava chamar de minha “caverna”.
Literalmente eu gostava de me “encavernar”, mas o propósito sempre foi
exatamente o contrário de Jonas, longe de mim me esconder de Deus. O que eu
queria era justamente “me esconder em Deus”! Até que resolvi mudar de “caverna”
para “esconderijo do Altíssimo” e lá descansar à sua sombra! Bem diferente do
sono profundo do profeta! Identifique agora a intenção do seu esconderijo.
Examine a motivação de você querer ficar a sós. É para descer na depressão
humana ou para subir na comunhão divina?
3º) Desceu ao mar = Jonas 1:15
Veja como um abismo puxa outro! A princípio a decisão de
Jonas era “fugir” para Jope, mas não foi o suficiente. Vamos, então, para mais
longe, com destino a Társis na ponta do continente na direção oposta do mapa.
Era mesmo só mais um pequeno deslize para escorregar no oceano! Não deu certo
apenas se “esconder” no porão! Vamos além: vamos ao mar! A intenção não era um
mergulho para refrescar, pelo contexto, fica claro que o intuito era se
suicidar! Se eu “morrer” acabou a história, ele devia pensar! Não teve coragem
nem para se atirar ele mesmo, mandou que o lançassem ao mar! Era alto mar e
para piorar estava revolto e agitado, pronto para levar ao naufrágio tudo e
todos que pudesse! O declínio desta vez foi violento, não foi simplesmente
descer ao mar, foi ser lançado, atirado, jogado para baixo! Para ele já teria
sido o fim, a última escala, o seu destino final. Mas Deus estava com os olhos
fitos em Jonas o tempo todo! Quantas vezes também pensamos assim que chegamos
ao fundo do poço, ao fim da linha, ao nível mais baixo! Lutamos tanto contra a
vontade de Deus, batalhamos tanto contra os planos divinos que nos rendemos sem
sucesso à morte dos nossos sonhos! Mas ainda não era o fim!
4º) Desceu no ventre do peixe = Jonas 1:17
Talvez o profeta estivesse tão vazio que nem no mar
afundava! Ele queria descer mais ainda...então Deus preparou uma carona para
dar essa ajudinha. Desceu goela abaixo da baleia. E olha que além de vazio, o
profeta deveria estar tão pequeno que nem ficou entalado na garganta, mas
conseguiu descer até ao ventre! Como Deus ainda é misericordioso que parou por
aí... já pensou descer mais ainda para o intestino!!! Lá dentro, no interior de
uma criatura ele ainda achava que estava longe dos olhos do Criador quando
ainda disse “lançado estou de diante dos teus olhos” (2:4). Que aperto! Que
estreito literalmente Jonas havia se metido! Quem diria? Quem poderia imaginar?
Que mistério esconde esta passagem!? Não é nada comum! Pelo contrário, é tão
extraordinária que leva muitos a crer numa fábula, numa parábola, duvidando que
tenha sido literalmente um milagre da criação! O peixe sempre foi um símbolo do
Salvador Jesus, e de fato, este peixe também representou a salvação para Jonas.
Porém, foi também um meio de humilhar aquele que se exaltava na tentativa de
descer para longe de Deus! Queridos, muito melhor que ser engolido por um peixe
é saborear a boa, agradável e perfeita vontade de Deus! Muito melhor que ser
pescado por uma baleia, é ser um pescador de homens!
5º) Desceu à sepultura = Jonas 2:6
Assim foi que Jonas mesmo declarou estar dentro do peixe
quando orou a Deus. Algumas traduções ainda usam a palavra cova. Porque,
afinal, ele se suicidou! Até mesmo pela comparação que Jesus faz com sua morte
e ressurreição, não é descartada a possibilidade de literalmente Jonas ter
ressuscitado depois de 3 dias e 3 noites dentro do peixe! Barriga de peixe não
deve ser nada confortável para se viver, mas bem apropriado para se morrer!
Concordam? Para matar toda as pretensões e rebeliões! Para fazer morrer toda
desobediência e concupiscência! Porém, por outro lado o ventre era o lugar
ideal para nascer de novo! Nascer uma nova criatura quebrantada e transformada!
Nascer uma nova chance com uma nova oportunidade! O peixe devia ser muito
grande mesmo, mas a paciência do nosso Deus é enorme!! Jonas desceu até a
morte! Desceu até o máximo da queda livre! Desceu com o declínio da própria
vida! Só aí então é que pôde começar a subir novamente! Olha o que o próprio
Jonas disse: “... contudo, fizeste subir da sepultura a minha vida, ó Senhor,
meu Deus!” (2:6). Só um Deus mesmo como o nosso Deus!! Parece que ele estava
com Jonas amarrado por uma cordinha... e ia dando corda... ia dando corda...
Jonas ia descendo... ia descendo..., mas sempre seguro pela “cordinha”. Muitas
vezes nem sabemos até onde podemos ir, mas Deus sempre sabe até aonde nos
deixará chegar! Na hora certa e da maneira que só Ele sabe, a corda será puxada
e milagrosamente ele nos fará novamente subir! Essa é a miseri...corda de
Deus!!!
Se é para descer, que desçamos do nosso
orgulho, do pedestal que nos impede de nos humilhar em obediência às ordens
divinas.
E se é para subir, que subamos levantados
pelo Senhor nosso Deus!
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XIV REFLEXÃO SOBRE O LIVRO DE JONAS
MAPEANDO NOSSA VIDA
Muitas vezes, as áreas geográficas que
vivemos podem simbolizar áreas de nossas vidas que denunciam nossas verdadeiras
realizações. Vamos meditar sobre alguns pontos de encontro que Deus marcou para
ver a atuação do profeta em foco:
Em Israel, Terra da promessa, Cidade de Deus,
solo sagrado
É quando estamos diante de Deus na nossa vida
eclesiástica
Jonas se mostrou desobediente e rebelde ao
seu chamado ministerial
Inconstante na sua fé, infiel à sua missão,
incapaz na sua pregação
No navio, representando a tripulação social
ou também o meio ambiente
É quando estamos diante dos homens na nossa
vida cotidiana
Jonas se revelou indiferente às necessidades
e perigos ao redor
Incrédulo quanto à salvação dos perdidos,
culpado quanto à condenação dos ímpios
Na barriga do peixe, no nosso encontro a sós
com nossa alma
É quando estamos diante de nós mesmos e de
mais ninguém
Jonas ainda se mantinha superficial mesmo nas
profundezas do coração
Exteriormente arrependido mesmo no seu mais
íntimo interior
Na praia, ou em qualquer outro lugar que não
deveríamos estar
É quando estamos diante do desconhecido,
perdidos em terra estranha
Jonas devia estar desfigurado após ter sido
vomitado pelas adversidades
Chamado novamente para a recuperação de uma
segunda chance
Em Nínive, campo inimigo, território
adversário e ameaçador
É quando estamos diante do Diabo na tentação
de cada dia
Jonas estava aliado ao Destruidor ao invés de
defender os destinados à subversão
Promotor do pecado, sentenciador do juízo ao
invés de advogado do bem
Na colina à sombra da árvore, simbolizando o
fim da linha
É quando estamos diante dos resultados
recebendo o feedback
Jonas ainda se manteve obstinado, endurecido
e cego para aprender com os erros
Irado, frustrado, cansado, terminou sua lição
de vida reprovado!
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